O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apela a uma clarificação da posição dos partidos políticos no âmbito das eleições legislativas que se aproximam em questões nacionais que afetam a atividade económica. E remete para esta situação a TAP e o novo aeroporto de Lisboa, temas que os agentes do setor do turismo em Portugal insistem que trazem uma grande incógnita para a evolução do turismo do país.
“Há perguntas específicas do setor que naturalmente atravessam os vossos espíritos e uma delas foi aqui formulada, e muito bem, sobre o aeroporto (de Lisboa). Eu já disse o que pensava sobre essa matéria. Mas posso voltar a dizer ainda de modo mais explícito, até digo mais, um aspeto positivo de haver eleições é o de se esperar da parte daqueles que concorrem a eleições que clarifiquem as suas posições sobre esta matéria”, refere o Presidente da República. O orador, que participava na abertura do 46º Congresso APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, em Aveiro, acrescenta que “não há nada como clarificar antes do início da legislatura. para não haver surpresas ao longo da mesma. Clarifiquem em primeiro lugar como é importante haver uma decisão sobre o aeroporto. Para não haver o avança-recua, de acordo com razões conjunturais. O país não suporta esse taticismo. Tome-se uma decisão e tome-se em 2022”.
O responsável considera que o mesmo deve acontecer relativamente à aposta na ferrovia e alta velocidade. Marcelo Rebelo de Sousa enfatiza ainda que relativamente à TAP “também é muito importante nas próximas eleições que os concorrentes clarifiquem as suas posições, para que não haja angústias metafísicas no decurso da legislatura. Eu sou daqueles, e não é novidade, que acredita que sonhar com um hub forte em Portugal implica apostar na reforma da TAP, mas significa na viabilização que não há alternativa”. Para o Presidente da República “a alternativa mirífica é esperar que venha o mercado, à saída da crise pandémica, do céu, de uma galáxia diferente, de outros países, salvar de uma situação que decorreria da extinção da TAP, como quer que fosse a extinção, substituindo o seu papel em aspetos fundamentais em termos internos e de ligação externa a um país de diáspora. Isso é esperar o impossível”. Para o responsável, “há parcerias que se fazem e podem fazer, mas as parcerias supõem que haja um parceiro português e esse parceiro nacional é a TAP”. Concluindo, volta a incidir o Presidente da República que “aqueles que se propõem governar o país digam o que pensam sobre o futuro da TAP”. Para o responsável, neste contexto, também parece “muito justa a questão levantada sobre o papel da SATA no que diz respeito à região autónoma dos Açores e para Portugal. Se há dúvidas sobre essas matérias, que sejam clarificadas no período eleitoral”. É importante esta questão, para o orador, para “que não se descubra em 2022, 2023, 2024, 2025 ou 2026, aquilo que não foi suficientemente explicitado em 2021/2022”.