Se por um lado o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, reconhece que é necessário “adequar o tempo da política ao da economia”, em concreto ao nível da alteração do paradigma de financiamento das empresas nacionais, por outro lado dá conta do trabalho do Turismo de Portugal na tentativa que Portugal lidere no turismo ao nível da relação com os consumidores e da sustentabilidade. Isso mesmo afirmou na sessão de abertura do 33º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo.
Relativamente ao contexto económico atual, António Costa Silva considera que “no meio desta convulsão tenho esperança que 2023 seja um ano de resiliência e resposta da economia portuguesa”. Sendo que o turismo terá um papel importante neste cenário, o ministro dá conta de que “estamos a trabalhar com o Turismo de Portugal, num horizonte de cinco, 10, 20 anos. Estamos a trabalhar em cima do selo Safe and Clean, uma iniciativa pioneira, que posicionou Portugal como um país seguro, ao nível da sustentabilidade”. Explica o governante que o objetivo é que Portugal mantenha o seu posicionamento como país seguro, estável e sustentável.
Em outra vertente, o orador destaca também que “estamos a trabalhar com o Turismo de Portugal as campanhas de internacionalização e diversificação dos nossos mercados turísticos, em concreto nos EUA, inclusive com a abertura de uma delegação de Turismo na Costa Leste do país. O nosso objetivo, e para as empresas turísticas, é diversificar mercados, apostar fora da europa, em mercados que estão a crescer, como no EUA e Canadá”. Por outro lado, António Costa Silva refere que “estamos a trabalhar ao nível da inovação, capacidade de criarmos ideias novas; estamos a fazer isso com o Turismo de Portugal e depois com as empresas.”
Estas serão as bases de uma reinvenção dos destinos turísticos nacionais, sendo que o responsável acredita que “podemos ser o primeiro país do mundo ao nível do turismo sustentável”, e crescer de importância ao nível do turismo arquitetónico e de saúde, oceânico, de natureza, entre outros. Para o ministro da Economia e do Mar “é isso que visa o programa Reativar Turismo: crescer em valor e dar toda a ligação que os turistas possam ter com o país”.
Outra vertente diz respeito ao nível do digital, em mais uma iniciativa no campo do Turismo de Portugal, em que o interlocutor indica que “estamos a trabalhar sistemas de conservação com turistas em modo virtual, utilizando a inteligência virtual, fazendo a customização digital dos destinos”. Indica o governante que uma das agendas mobilizadoras apoiada do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência é a Agenda do Turismo que vai mobilizar mais 44 entidades com 151 milhões de euros, “exatamente no âmbito desta customização digital dos destinos e reinventar os destinos e alinhá-los com aquilo que as pessoas querem”. Acredita o orador que “cada empresa que operar no futuro vai ter uma licença social para operar. Precisamos ser sustentáveis, necessitamos de saber qual a nossa pegada carbónica e se estamos a adotar a economia circular. Apelo aos empresários para darem o máximo de atenção a esta temática”.
Incidindo na temática da sustentabilidade, refere o ministro que “queremos adquirir um dos selos fundamentais para promover o turismo e a hotelaria nas próximas décadas. Já temos o programa 360º que tem a adesão de algumas dezenas de empresas, mais de 70, exatamente para o turismo não ser só a mola impulsionadora das economias locais, mas também ser uma plataforma promotora da sustentabilidade e com isso arrastar todo um conjunto de fileiras da economia”.
Em outra vertente do discurso, relativamente à necessidade de ajuda nos modelos de financiamento por parte das empresas turísticas, o ministro da Economia e do Mar admite que “temos de aumentar esta sincronização. Sabemos a lentidão dos nossos processos. Trabalhar em parceria”. Para o responsável, “não conseguiremos fazer isso se não ajudarmos as nossas empresas ao nível da capitalização, há todo um conjunto de programas com este fim. Um dos óbices é que o recurso das empresas ao financiamento no mercado é sobretudo através de financiamento bancário”. Continua o orador, indicando que “a banca comercial é decisiva, mas como sabemos aposta em projetos de curto prazo. As nossas empresas precisam de ter acesso a instrumentos de capital e não capital, que possam promover projetos de médio e longo prazo, projetos estruturantes e ter acesso a instrumentos de capital que reforcem os próprios capitais das empresas”. Sendo assim, considera António Costa Silva que “é necessária uma mudança de paradigma, face ao que existe. Temos a nova administração do Banco de Fomento em funções, vai desenvolver uma nova dinâmica, vai estar perto do sistema empresarial, vai redesenhar os programas estratégicos nacionais”.
Por Pedro Chenrim, em Fátima.