A LATAM como parceiro doméstico da TAP no Brasil poderá ser uma realidade a breve trecho, o que permitirá à TAP mais conexões do Brasil, assim como um acordo de promoção com a Embratur para a promoção das cidades para onde a companhia opera, serão oportunidades. Mas a falta de aviões e a impossibilidade da aquisição de novos aparelhos, resultantes do acordo de recuperação com a União Europeia, impedem a concretização dos “namoros” com Curitiba e Florianópolis. A estratégia da TAP Air Portugal para o Brasil, apesar do crescimento de operações previsto para o próximo ano, está condicionada e ainda se confronta com um grande crescimento de capacidade dos seus concorrentes no próximo ano. O StopOver marca pontos e é um dos fatores distintivos da estratégia global da empresa.
Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, em conferência de imprensa, à margem da FESTURIS – Festival Internacional de Gramado, com a imprensa turística nacional, fez um ponto da situação da estratégia comercial da empresa para o país, adiantando que “temos parceria ao nível doméstico com a Gol e Azul, com a LATAM ainda não, mas esperemos poder adicionar como parceiro doméstico em breve”.
Para o responsável, após o aumento projetado para o próximo ano (14% em capacidade), “para crescermos precisamos de novas aeronaves, hoje estamos limitados pelo acordo com a União Europeia que impõe um teto máximo de aeronaves, hoje temos 98 no ano que vem 99, a partir do qual não teremos mais limite. Para ultrapassar esta limitação, o que temos vindo a fazer, trocar alguns aviões por outros com maior capacidade. Mas sem aviões novos não conseguimos lançar novas rotas”.
não é possível hoje concretizar oportunidades existentes, como a do “namoro entre a TAP e Florianópolis e Curitiba, são cidades que não têm voos diretos para a Europa e onde poderíamos continuar a desenvolver a nossa estratégia de explorar destinos principais e secundários no Brasil e Europa, isso dá-nos um diferencial competitivo muito importante.
O responsável reconhece que não é possível hoje concretizar oportunidades existentes, como a do “namoro entre a TAP e Florianópolis e Curitiba, são cidades que não têm voos diretos para a Europa e onde poderíamos continuar a desenvolver a nossa estratégia de explorar destinos principais e secundários no Brasil e Europa, isso dá-nos um diferencial competitivo muito importante. Há procura destes mercados e não há oferta”.
Ao nível de investimento da TAP, o destaque vai para o relançamento do StopOver, “temos vindo a investir em blocos publicitários com vários targets para promover Portugal, pois é aqui que conseguimos competir melhor, vender tarifas mais altas, ter uma maior rentabilidade, onde entregamos um produto distintivo”.
Quanto aos desafios, Carlos Antunes destaca “um aumento muito grande de capacidade dos nossos concorrentes no Brasil. Estamos aqui há 58 anos, ao longo deste período muitos dos nossos concorrentes entraram e saíram, mas verificamos um aumento muito significativo do número de voos para o Brasil, isso faz com que o nosso share se reduza e o grande desafio é conseguirmos entregar tarifas atrativas que paguem as contas, que nos permitam competir, entreguem a rentabilidade que o nosso acionista requer, que mantenha a coerência do plano de reestruturação, que nos continue a manter atrativos para um plano de privatização”. Destaca o responsável que “contamos muito com os agentes de viagens nesta missão. Estamos aqui no Festuris com essa intenção, este é um grande show room dos nossos produtos”.
Ao nível da estratégia comercial esta passará “por continuar a representar a companhia área líder no volume total de passageiros para a Europa. Sermos a companhia aérea mais europeia e mais brasileira.
Ao nível da estratégia comercial esta passará “por continuar a representar a companhia área líder no volume total de passageiros para a Europa. Sermos a companhia aérea mais europeia e mais brasileira. Isso significa que temos de estar presentes no mercado em termos de marca, acabamos de lançar um novo posicionamento «TAP abraça o Mundo», queremos que os passageiros brasileiros sintam que a bordo das asas da TAP eles estão em Portugal, com toda a portugalidade desde o momento que liguem para o nosso call center, vão ao nosso site ou comprem através de um agente de viagens e que continuemos a estar representados adequadamente em todo o país, que é continental, com uma força de vendas de 20 pessoas no Brasil”.
“Nós, TAP, sabemos onde promover, podemos ajudar as autoridades e foi por isso que assinámos um protocolo de colaboração com a Embratur de forma a juntarmos os nossos planos de trabalho.
Relativamente à distribuição de vendas entre Brasil e Europa para a companhia, 60/65% das vendas são produzidas no Brasil, “precisávamos que fosse 50/50%”. Destaca Calos Antunes que “este ano o valor está mais atenuado. Mas aqui pesa também o investimento da promoção do Brasil fora de portas”. Para o diretor da TAP há um papel que o Governo do Brasil tem de fazer ao nível de investimento na promoção do país. “Estivemos em mudança de Governo no Brasil, acabámos de assinar um protocolo com a Embratur (agência de promoção turística no Brasil no exterior), eles têm que fazer investimentos, pouco se falou no Brasil lá fora nos últimos 4/5 anos, quando não falamos sobre as coisas o que se sobrepõe são as notícias negativas”. Considera o responsável que “o Brasil não se tem promovido lá fora, é um país carente de exposição internacional. O país precisa de objetivos motivantes e que obrigue a disrupções na promoção”. E o papel da TAP? “Nós, TAP, sabemos onde promover, podemos ajudar as autoridades e foi por isso que assinámos um protocolo de colaboração com a Embratur de forma a juntarmos os nossos planos de trabalho. Já fazemos investimento, precisamos de vender passagens para o Brasil, sabendo as autoridades os pontos distintivos de cada um dos nossos onze pontos de presença do Brasil chegar a quem são os tomadores e formadores de opinião e decisores na Europa e nossos principais mercados. É urgente que o Brasil faça um esforço muito grande de promoção turística internacional, consistente e coerente. Quem no final ganha com a promoção turística? É o destino”.
Por Pedro Chenrim, em Gramado, a convite da TAP.
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