Desde 1850 que a Henriques & Henriques ocupa um lugar de destaque na viticultura e produção de vinho da Madeira.
A história da Henriques & Henriques remonta ao ano de 1850, quando a empresa foi fundada por João Gonçalves Henriques, descendente de uma família que se estabeleceu em Câmara de Lobos. Após sua morte em 1912, os seus filhos João Joaquim e Francisco Eduardo Henriques fizeram uma parceria de onde provém o nome “Henriques & Henriques”.
Os Henriques desempenharam um papel importante na elaboração do vinho da Madeira, sendo conhecidos como produtores dos melhores vinhos da ilha. Em 1913, os interesses da família foram consolidados numa empresa e em 1925, esta concentrou-se na exportação de seus próprios vinhos, em vez de os fornecer a outros exportadores.
O último dos Henriques, João Joaquim, faleceu em 1968, tendo a companhia transitado para os colaboradores mais próximos e amigos que souberam passar o testemunho quer da tradição, quer do sistema tecnológico para as gerações seguintes, por um processo sucedâneo, em que cada um dos “winemakers” foi sabendo, ao longo do tempo, qual a definição e o estilo de vinhos da H&H que contribuiu para o destacado reconhecimento e distinção no passado e que se mantém até aos dias de hoje.
Para além de produtora e exportadora, a H&H é também a única empresa desde a sua fundação que é detentora de vinhedos próprios, resultando na produção de uvas de extrema qualidade, nomeadamente das castas Verdelho e Terrantez, o que lhe permite controlar a produção desde o cultivo à colheita. Por outro lado, adquire também uvas a diversos viticultores com os quais mantém uma estreita relação de longa data.
Em 1992, a Henriques & Henriques iniciou um programa de expansão e investiu na construção da nova adega de envelhecimento na freguesia de Câmara de Lobos onde se situa também a sede e o espaço comercial. Igualmente construiu um centro de vinificação na sua propriedade situada na freguesia da Quinta Grande o que proporcionou à empresa os meios adequados para corresponder às exigências dos mercados usando as mais recentes inovações tecnológicas, porém mantendo a tradição familiar de quase 200 anos na produção de vinhos de qualidade excecional.
A H&H recebe também visitas de turistas na unidade de produção na Quinta Grande, nos seus vinhedos, bem como na adega de envelhecimento de Câmara de Lobos, onde se organizam provas de Madeira de diversas idades, colheitas e frasqueiras, com ou sem “foodpairing”.
2023 – um ano positivo
O ano de 2023 tem-se mostrado animador para a atividade da H&H, pautando-se por um desempenho consistente e positivo. Pelo que, para o próximo ano, as expectativas não poderiam ser diferentes: igualar, pelo menos, os resultados sólidos alcançados este ano.
Para estes resultados também contribuíram as distinções arrecadas por vários dos vinhos da H&H, nas quais se destaca o Sercial 2001, que obteve o prémio de Melhor Vinho Licoroso de 2023 no Concurso de Vinhos de Portugal. Também o Sercial 10 anos e o Single Harvest Malvasia 2001 foram distinguidos com Medalhas de Ouro no 2023 Sakura Wine Awards, em Tóquio. E o Verdelho 15 anos surge no TOP 100 do The Wine Merchant. Ainda lá fora, o Sercial 15 anos recebeu o Ouro no International Wine Challenge, em Londres. Também o Verdelho 20 anos e o Terrantez 20 anos obtiveram Medalha de Ouro nos Decanter World Wine Awards. Já o Malvasia 20 anos obteve o Ouro nos Global Fortified Masters.
Neste momento, são os vinhos de 3 anos os mais procurados e, no segmento de vinhos premium, destacam-se o Boal 2000 e o Verdelho 2007. Em breve, a H&H promete novidades: a segunda edição do Tinta Negra 50 anos, depois do sucesso da primeira.
*Este artigo foi publicado na edição 345 da Ambitur.