O setor do alojamento turístico registou 60,1 mil hóspedes e 175,5 mil dormidas em abril de 2020, correspondendo a variações de -97,4% e -97,0%, respetivamente (-62,6% e -58,7% em março, pela mesma ordem). As dormidas de residentes recuaram 93,0% (-58,1% em março) e as de não residentes decresceram 98,6% (-58,9% no mês anterior), refere o INE.
Os proveitos totais registaram uma variação de -98,3% (-59,9% em março), situando-se em 5,7 milhões de euros. Os proveitos de aposento fixaram-se em 5,0 milhões de euros, diminuindo 98,0% (-59,7% no mês anterior).
Hóspedes e dormidas com diminuições históricas
Em abril de 2020, o setor do alojamento turístico registou 60,1 mil hóspedes e 175,5 mil dormidas, refletindo-se em variações de -97,4% e -97,0%, respetivamente (-62,6% e -58,7% em março, pela mesma ordem).
O perfil dos poucos turistas que pernoitaram nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês foi diferente do habitual, tendo sido reportadas ao INE diversas situações, como por exemplo de hóspedes que ficaram retidos em Portugal sem possibilidade de regressarem ao seu país de residência, ou de pessoas que, por motivos profissionais, tiveram de se deslocar no país e pernoitar fora do seu local de residência.
Em abril, no contexto do estado de emergência, cerca de 83,1% dos estabelecimentos de alojamento turístico
estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes.
As dormidas na hotelaria (54,6% do total) diminuíram 98,1%. As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 40,4% do total) decresceram 91,4% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 5,0%) recuaram 94,2%. As dormidas em hostels registaram uma diminuição de 92,7% em abril, representando 19,9% das dormidas em alojamento local e 8,0% do total de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico.
Dormidas de residentes e de não residentes com decréscimos muito acentuados
Em abril, o mercado interno (peso de 66,7%) contribuiu com 117,0 mil dormidas, o que representou um decréscimo de 93,0% (-58,1% em março). As dormidas dos mercados externos diminuíram 98,6% (-58,9% no mês anterior) e atingiram 58,5 mil.
No conjunto dos primeiros quatro meses do ano, verificou-se uma diminuição de 45,8% das dormidas totais, resultante de variações de -39,0% nos residentes e de -48,7% nos não residentes.
Principais mercados registaram reduções superiores a 90%
A totalidade dos 16 principais mercados emissores registou decréscimos expressivos em abril, superiores a 95%, tendo representado 75,8% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês.
Desde o início do ano, todos os principais mercados registaram decréscimos, com maior enfoque nos mercados irlandês (-62,8%), suíço (-58,7%), belga (-57,9%), e francês (-55,7%). Os mercados canadiano (-29,5%) e brasileiro (-34,3%) foram, entre os principais, os que registaram menores decréscimos.
Diminuição expressiva das dormidas em todas as regiões
Em abril, todas as regiões registaram decréscimos das dormidas superiores a 90%, com as maiores reduções a verificarem-se na RA Açores (-99,9%) e RA Madeira (-99,1%). O Alentejo (-92,6%) foi a região onde se registou menor diminuição.
No conjunto dos primeiros quatro meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições foram o Alentejo (-39,3%) e a RA Madeira (-39,8%).
Estada média aumentou
Em abril, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,92 noites) aumentou 13,7% (+10,5% em março). A estada média dos residentes aumentou 35,5% e a dos não residentes cresceu 31,3%.
Taxa líquida de ocupação com valores mínimos
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (7,0%) recuou 41,4 p.p. em abril (-21,6 p.p. em março).
Proveitos com diminuição significativa
Em abril, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 5,7 milhões de euros no total e 5,0 milhões de euros relativamente a aposento, correspondendo a variações de -98,3% e -98,0%,
respetivamente (-59,9% e -59,7% em março, pela mesma ordem).
Todas as regiões registaram decréscimos expressivos nos proveitos em abril, com maior enfoque na RA Açores (-99,9% nos proveitos totais e nos de aposento) e na RA Madeira (-99,7% nos proveitos totais e -99,6% nos de aposento).
Em abril, a evolução dos proveitos foi negativa nos três segmentos de alojamento.
Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 98,8% e 98,5%, respetivamente (peso de 64,5% e 62,4% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem).
Considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 28,9% e 30,9%) apresentaram evoluções de -94,3% e -94,0%, respetivamente, enquanto no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 6,6% e 6,7%) se observaram evoluções de -95,8% e -95,0%.
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR)
situou-se em 4,5 euros em abril, o que correspondeu a um decréscimo de 90,1% (-57,0% em março).
A variação do RevPAR em abril situou-se em -92,2% na hotelaria, -80,7% no alojamento local e -69,8% no turismo no espaço rural e de habitação.
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 47,8 euros em abril, o que se traduziu num decréscimo de 40,7% (-6,8% em março).