No conjunto do ano de 2020 as viagens realizadas pelos residentes decresceram 41,1% e atingiram um total de 14,4 milhões (+10,8% em 2019). As viagens nacionais diminuíram 35,7% e as viagens ao estrangeiro decresceram 78,1% (+9,0% e +24,7%, respetivamente, em 2019). O alojamento particular gratuito ganhou expressão como principal meio de alojamento utilizado (69,2%, +8,0 p.p. face a 2019) e o número médio de noites por turista nas viagens efetuadas aumentou 23,2% (de 5,45 noites em 2019 para 6,72 noites em 2020), segundo indicam os dados divulgados hoje pelo INE.
No 4º trimestre de 2020, os residentes em Portugal realizaram 2,3 milhões de viagens, o que correspondeu a um decréscimo de 57,4% (-26,7% no 3ºT 2020). As viagens em território nacional concentraram 97,4% das deslocações (2,3 milhões), revelando um decréscimo de 53,2%. As viagens com destino ao estrangeiro diminuíram 90,3%, totalizando 61,6 mil, correspondendo a 2,6% no total (2,5% no 3ºT 2020).
Diminuição significativa do número de viagens no trimestre e em termos anuais
No 4º trimestre de 2020, o impacto da pandemia COVID-19 e a implementação de medidas mais restritivas à circulação, em especial nos meses de novembro e dezembro, continuou a fazer-se sentir no número de viagens realizadas, tendo os residentes em Portugal realizado 2,3 milhões de viagens, o que correspondeu a um decréscimo de 57,4% (-26,7% no 3ºT 2020). Em outubro, novembro e dezembro, verificaram-se decréscimos de 42,6%, 65,2% e 61,2%, respetivamente (-30,8%, -23,5% e -27,9%, pela mesma ordem, nos meses de julho, agosto e setembro).
No conjunto do ano de 2020 (resultados preliminares) realizaram-se 14,4 milhões de viagens (-41,1% face a 2019), o valor mais baixo da última década.
No 4º trimestre de 2020, as viagens em território nacional corresponderam a 97,4% das deslocações efetuadas (97,5% no 3ºT 2020), registando-se um decréscimo de 53,2% (-18,5% no 3ºT 2020) face ao período homólogo (variações de -37,0% em outubro, -61,4% em novembro e -57,4% em dezembro). As viagens turísticas com destino ao estrangeiro representaram 2,6% do total (2,5% no 3ºT 2020), correspondendo a 61,6 mil viagens (-90,3% face ao período homólogo; -84,8% no 3ºT 2020) com os meses de outubro, novembro e dezembro a registarem decréscimos de 85,5%, 92,5% e 91,6%, respetivamente.
A “visita a familiares ou amigos” foi a principal motivação para viajar no 4º trimestre de 2020, tendo correspondido a 1,2 milhões de viagens (-57,7% face a igual período do ano anterior; -32,6% no 3ºT 2020), passando a sua representatividade para 49,7% do total (-0,3 p.p. face ao 4ºT 2019). O motivo “lazer, recreio ou férias” correspondeu a 761,5 mil viagens realizadas (-58,9%), representando 32,4% do total (-1,1 p.p. face ao 4ºT 2019). As viagens por motivos “profissionais ou de negócios” (222,2 mil) aumentaram em 0,1 p.p. o seu peso relativo no 4.º trimestre de 2020 (9,5% do total).
Considerando as viagens realizadas no total do ano de 2020, o motivo “lazer, recreio ou férias” esteve associado a 54,1% do total (7,8 milhões de viagens, -35,6%) e a “visita a familiares ou amigos” foi o motivo de 33,8% das viagens (4,9 milhões de viagens, -47,3%). Os motivos “profissionais ou de negócios” representaram 7,1% do total (1,0 milhões de viagens, -49,5%).
“Visita a familiares ou amigos “ reforçou o seu peso nas viagens ao estrangeiro no trimestre e em termos anuais
No 4º trimestre de 2020, o motivo “visita a familiares ou amigos” esteve associado à realização da maioria das viagens nacionais (1,1 milhões; peso de 49,7%) e ao estrangeiro (30,9 mil viagens; peso de 50,1%). O “lazer, recreio ou férias” foi o segundo principal motivo das deslocações efetuadas internamente (775,1 mil viagens; peso de 33,0%), enquanto nas viagens ao estrangeiro o segundo principal motivo para viajar deveu-se a razões “profissionais ou de negócios” (20,6 mil viagens; peso de 33,5%).
No total do ano de 2020, as viagens para o estrangeiro decresceram 78,1% (+24,7% em 2019), representando 4,7% do total (-8,0 p.p.), a maioria para “lazer, recreio ou férias” (peso de 43,9%, -15,8 p.p.). As viagens nacionais diminuíram 35,7% (+9,0% em 2019), tendo sido também o motivo “lazer, recreio ou férias” aquele que esteve associado à realização de mais viagens (peso de 54,6%; +6,6 p.p.).
Algarve ocupou 3ª posição como principal destino interno
No conjunto de 2020, a região Centro continuou como a principal região de destino das viagens realizadas em território nacional, concentrando 32,4% do total (-0,6 p.p. face a 2019), seguindo-se a região Norte (21,8% do total; -0,7 p.p.). O Algarve foi a região que mais preponderância ganhou face a 2019 (+3,0 p.p.), tendo sido o destino de 16,1% das viagens nacionais, suplantando a Área Metropolitana de Lisboa (15,9% das viagens; -1,5 p.p.).
Em 2020, entre os principais países de destino no âmbito das deslocações ao estrangeiro, Espanha e França mantiveram a 1ª e 2ª posições, respetivamente, com 30,3% (-2,3 p.p.) e 16,1% (+3,8 p.p.) das viagens. O Reino Unido ascendeu à 3ª posição com 8,4% (+2,4 p.p.), lugar ocupado pela Itália em 2019 que desceu para a 6ª posição (5,5% face aos 6,2% registados em 2019). Entre as viagens realizadas ao estrangeiro, 79,4% tiveram como destino os países da União Europeia (+3,8 p.p. face a 2019).
Recurso à internet na organização de viagens perdeu expressão em ambos os destinos
No 4º trimestre de 2020, 17,6% das viagens foram efetuadas recorrendo à marcação prévia de serviços (-11,2 p.p.), proporção que atingiu 71,2% (-18,7 p.p.) no caso de deslocações com destino ao estrangeiro. Nas viagens em território nacional, a reserva antecipada de serviços esteve associada a 16,2% das viagens (-4,8 p.p.).
A internet foi utilizada no processo de organização de 9,7% das deslocações (-8,2 p.p.), tendo este recurso sido opção em 53,8% (-9,4 p.p.) das viagens para o estrangeiro e 8,5% (-3,5 p.p.) das viagens em território nacional.
Em 2020, as viagens com marcação prévia representaram 31,4% do total (-3,9 p.p. face a 2019) e 85,9% das destinadas ao estrangeiro (-4,9 p.p.). O recurso à internet ocorreu em 20,7% (-1,1 p.p.) das viagens em 2020, valor que sobe para 69,9% quando se consideram apenas as viagens ao estrangeiro.
“Alojamento particular gratuito” reforçou a sua expressão no trimestre e consolidou a posição em termos anuais
Os “hotéis e similares” asseguraram 10,2% das dormidas no 4º trimestre de 2020, perdendo representatividade, -12,1 p.p., face ao mesmo período de 2019. O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (85,7% das dormidas), registando um aumento de 12,1 p.p. no peso total.
Em 2020, as dormidas em “alojamento particular gratuito” reforçaram o seu peso no total, correspondendo a 69,2% (61,3% em 2019), tendo os “hotéis e similares” perdido representatividade (20,7% do total das dormidas, -6,3 p.p.), em resultado da diminuição do número de dormidas neste tipo de alojamento em 45,9% face a 2019.
Número médio de noites por turista com aumento quer no trimestre quer em termos anuais
No 4º trimestre de 2020, cada turista residente dormiu, em média, 5,22 noites nas viagens turísticas realizadas (+16,4%). A duração média mais elevada foi observada nas viagens realizadas em dezembro (5,82 noites).
No total do ano de 2020, cada turista pernoitou, em média, 6,72 noites (5,45 em 2019 e 5,63 em 2018), tendo-se verificado valores muito elevados nos primeiros meses da pandemia (9,2 noites em março e 8,0 noites em abril de 2020).
Proporção de turistas no trimestre com elevado decréscimo
No 4º trimestre de 2020, 9,5% da população residente realizou pelo menos uma deslocação turística (-12,6 p.p. face ao 4ºT 2019). No mês de dezembro, registou-se a maior proporção de residentes que viajaram (7,1%) apesar de ter sido o mês com maior decréscimo homólogo nessa proporção (-10,7 p.p., face a -6,9 p.p. em novembro e -4,1 p.p. em outubro).