No 2º trimestre de 2023, os residentes em Portugal realizaram 5,7 milhões de viagens, o que correspondeu a um acréscimo de 6,1% (+11,8% no 1ºT), em resultado quer do aumento das deslocações no território nacional (+5,5%) quer do crescimento das que tiveram o estrangeiro como destino (+9,8%). De acordo com os dados divulgados hoje pelo INE, as viagens dos residentes ficaram também acima dos níveis do período homólogo de 2019 (+1,0%), em resultado do aumento das viagens nacionais (+1,5%), tendo as deslocações ao estrangeiro registado um decréscimo (-1,9%), embora continuando a registar uma aproximação progressiva aos níveis do período pré-pandemia (-4,6% no 1ºT).
O número de viagens aumentou em todos os meses do trimestre: +10,4% em abril, +6,2% em maio e +1,7% em junho. Face a 2019, registaram-se aumentos em abril e maio (+5,7% e +0,4%, respetivamente), a que se seguiu um decréscimo de 3,4% em junho.
No 2º trimestre de 2023, os residentes realizaram 4,8 milhões de viagens em território nacional, que corresponderam a 85,6% das deslocações (85,2% no 2ºT 2019; 88,7% no 1ºT 2023) e 812,2 mil deslocações com destino ao estrangeiro, que corresponderam a 14,4% do total (14,8% no 2ºT 2019; 11,3% no 1ºT 2023).
O “lazer, recreio ou férias”, tal como nos períodos homólogos de 2019 e 2022, foi a principal motivação para viajar no 2º trimestre de 2023, originando 2,7 milhões de viagens (+9,1%; +0,5% face ao 2ºT 2019), que representaram 48,4% do total (+1,3 p.p. face ao 2ºT 2022; -0,2 p.p. que no 2ºT 2019). A “visita a familiares ou amigos” também registou um acréscimo, +3,2% (+1,3% comparando com o 2ºT 2019), em resultado de 2,1 milhões de viagens (37,8% do total, -1,1 p.p. face ao 2ºT 2022; +0,1 p.p. que no 2ºT 2019). As viagens por
motivos “profissionais ou de negócios” destacam-se ao registar o único decréscimo (-3,1% do que no 2ºT 2022 e -13,6% face ao 2ºT 2019), com 450,7 mil deslocações, que corresponderam a 8,0% do total (-0,8 p.p. face ao 2ºT de 2022 e -1,3 p.p. do que no 2ºT de 2019).
“Lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação das viagens em território nacional e ao estrangeiro
No 2º trimestre de 2023, o “lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação dos residentes para viajar, quer em território nacional (45,3% das deslocações nacionais, 2,2 milhões de viagens) quer nas deslocações ao estrangeiro (peso relativo de 66,8%, 542,7 mil viagens). Nas deslocações nacionais, destacam-se também as que foram motivadas pela “visita a familiares ou amigos”, representando 41,7% do total (2,0 milhões de viagens).
Nas deslocações ao estrangeiro, ainda que perdendo representatividade, os motivos “profissionais ou de negócios” foram o segundo principal motivo para viajar, totalizando 132,2 mil viagens (16,3% do total, -1,8 p.p. e -6,5 p.p. face ao mesmo trimestre de 2022 e 2019, respetivamente).
Marcação prévia de serviços com ligeiro ganho de representatividade nas viagens dos residentes
A marcação prévia de serviços foi utilizada em 37,6% das viagens dos residentes realizadas no 2º trimestre de 2023 (+0,5 p.p.), tendo significativamente maior expressão nas deslocações com destino ao estrangeiro (91,2%; -4,3 p.p.) do que nas viagens nacionais (28,6%; +0,9 p.p.).
A internet foi utilizada no processo de organização de 25,6% das deslocações (-0,8 p.p.), tendo este recurso sido opção em 64,8% (-7,2 p.p.) das viagens para o estrangeiro e em 19,0% das viagens em território nacional, sem alteração face ao 2ºT de 2022.
“Alojamento particular gratuito” predominou, sendo a escolha dos residentes em 60,4% das dormidas
O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (60,4% do total), registando 11,5 milhões de dormidas nas viagens de residentes no 2º trimestre de 2023, tendo sido a modalidade privilegiada em 94,5% das que foram motivadas pela “visita a familiares ou amigos” e em 43,8% das deslocações em “lazer, recreio ou férias”. Os “hotéis e similares” concentraram 25,3% das dormidas resultantes das viagens turísticas dos residentes (4,8 milhões de dormidas), tendo sido a opção de alojamento predominante nas deslocações “profissionais ou de negócios” (50,2%).
Duração média das viagens no 2ºT de 2023 foi 3,36 noites, ligeiramente abaixo dos níveis de 2022 e 2019
No 2º trimestre de 2023, cada viagem teve uma duração média de 3,36 noites (3,37 no 2ºT 2022; 3,44 no 2ºT 2019). A duração média mais baixa foi registada em maio (3,03 noites, 2,78 em maio de 2022) e a mais elevada ocorreu em junho (3,84 noites, 3,97 em junho de 2022).
Proporção de turistas aumentou face ao período homólogo de 2022, mas ainda ficou aquém dos níveis de 2019
No 2º trimestre de 2023, 24,6% dos residentes fizeram pelo menos uma deslocação turística, +0,7 p.p. face ao mesmo período do ano anterior, mas ainda abaixo dos níveis de 2019 (-4,2 p.p.). Numa análise mensal, a proporção de residentes que viajou aumentou em abril e maio (+1,2 p.p. e +0,2 p.p., respetivamente), mas decresceu em junho (-0,6 p.p.). Em comparação com os mesmos meses de 2019, registaram-se diminuições na proporção de turistas residentes em todos os meses (-4,0 p.p., -1,8 p.p. e -1,3 p.p., de abril a junho,
respetivamente).