Mário Ferreira, dono do grupo Mystic Invest, indica que a empresa está a ter novas reservas do mercado alemão para cruzeiros no Danúbio, Reno, Sena e Douro. O responsável, em entrevista ao Público, ainda vai mais longe, dizendo que espera recuperar os cancelamentos do mercado americano, com o mercado europeu, dobrando as operações de julho a novembro.
De acordo com o responsável, “esperamos vir a ter algum negócio, relativo, claro, e sem a mesma força do passado, e mais orientado para os mercados europeus. Nomeadamente para o alemão, que não tem sido o nosso segmento mais importante. Vamos apostar ainda nos mercados suíço, austríaco, inglês e francês. E são eles que podem vir a compensar a perda dos clientes norte-americanos os que mais pesavam no nosso negócio. E vamos igualmente tentar atrair o mercado nacional para fazer férias no Douro”. Em entrevista ao Público, o responsável avança que “nas duas últimas semanas, na Alemanha, onde temos uma das nossas operações, voltámos a ter reservas novas para setembro e outubro para cruzeiros nos rios Danúbio, Reno, Sena e Douro”. Por outro lado, indica que recebeu “um telefonema de um amigo e cliente, um operador francês, para conversar sobre o que se está a passar no setor. Ele opera através de um navio que é fretado ao nosso grupo e contou que o negócio que perdeu até junho está a ser protelado para a frente, e pediu-me um segundo navio para poder responder a essa oferta adiada. Então, vai tentar trabalhar em simultâneo com dois navios. E portanto, quer fazer durante a metade da época, o que habitualmente faz durante a época inteira”. Questionado sobre se pensa fazer o mesmo, Mário Ferreira indica que “sim, vou tentar fazer o mesmo. Não vai ser fácil, mas estou confiante que de julho para a frente, até novembro, possamos compensar as desistências dos clientes norte-americanos com outros que aceitem adiar as viagens que acredito que sejam sobretudo os europeus”.
O responsável indica ainda que foram feitos testes de stress à empresa num quadro de faturação zero, até ao final de dezembro deste ano, e que indicam que não haverá grandes problemas no sentido de terem condições para manter a empresa, os cerca de mil postos de trabalho e garantir os meios para financiar os cinco investimentos em curso: hotel com 120 quartos na ribeira de Gaia, 14 apartamentos no Porto e a construção de três navios nos Estaleiros de Viana do Castelo.
Em 2019, o grupo teve uma faturação na área do turismo de 127 milhões que beneficiou da atividade de cruzeiros fluviais nos grandes rios europeus e asiáticos, e agora no Amazonas, e que tem base na Alemanha.