A Ambitur.pt continua com esta rubrica dedicada à Rota Vicentina que tem como missão convidar os nossos leitores a embarcarem numa viagem pelo Sudoeste e a conhecerem de perto o que é possível ver e viver nesta região. E quem melhor do que os empresários locais para mostrarem o que a Rota Vicentina tem de melhor? Estamos hoje à conversa com Luís Leote Falcão, proprietário e gerente da Herdade do Touril, localizada em Odemira,a Costa Alentejana.
Quem é Luís Leote Falcão, o proprietário da Herdade do Touril?
Sou um apaixonado por esta região desde muito novo, grande parte da minha infância e juventude foi passada aqui. São muitas as vivências e memórias que ajudaram também a construir a minha personalidade e que me levaram a fazer renascer a Herdade do Touril. Não baixei os braços enquanto não pus de pé o velho monte que é propriedade da família desde 1826. Claro que, finda a obra, não parei por aí… Este é um projeto que obriga a uma dedicação extrema e a contínuos melhoramentos da propriedade, é aliás isto que faz com que o Touril tenha sido galardoado com os mais variados prémios, a nível nacional e internacional, sendo hoje em dia um dos embaixadores do turismo no Alentejo.
Como surgiu o interesse em explorar este negócio? O que esta região tem de tão especial?
A Herdade do Touril está há cinco gerações na família e tudo isto foi um processo muito natural, existia necessidade de criar um espaço com estas características que a Herdade do Touril tem, seja pela qualidade, conforto, dimensão, pela forma de receber. Somos dos operadores mais antigos na região, quando inaugurámos há mais de 20 anos, nas redondezas, a hotelaria formal digamos assim, era praticamente inexistente. Havia umas casas particulares que eram alugadas no período de férias, um ou outro turismo rural mas pouco mais. Felizmente hoje o panorama mudou e toda esta zona tem muito mais oferta, e de qualidade. Sou suspeito mas a Costa Alentejana é um lugar que facilmente nos apaixona… pelas suas gentes, pelas suas paisagens e acima de tudo pela paz e tranquilidade que transmite a quem nela vive ou visita.
Como contribui a Rota Vicentina para o desenvolvimento turístico da região?
Sem dúvida que a Rota Vicentina é uma grande mais-valia para toda região, pois acima de tudo, em conjunto com a sua rede de associados, desenvolveu turisticamente uma zona que tinha bastantes dificuldades em ser apelativa durante os chamados períodos de época baixa. Existia muito a ideia de que a região apenas tinha praias para oferecer, a Rota Vicentina trouxe as caminhadas e o cycling, que têm precisamente o auge das suas temporadas fora dos meses de verão, isso veio contribuir muito para atenuar a questão da sazonalidade do turismo. A Rota Vicentina tem também a capacidade de conseguir colocar a trabalhar de forma direta e em conjunto os vários associados de diversas áreas e criar sinergias, envolver culturalmente a comunidade e profissionais de vários sectores.
Qual a designação da unidade hoteleira? Qual a sua classificação? A que público(s)-alvo(s) se destina?
Empreendimentos de turismo no espaço rural – casa de campo (não existe diferenciação por estrelas, a classificação é casa de campo). O nosso público-alvo é o hóspede que procura acima de tudo relaxar, estar em conexão direta com a natureza, mas sem nunca descurar o conforto de uma estadia onde possa recuperar totalmente as suas energias e que saia sempre com vontade de voltar.
Qual a experiência que pretendem proporcionar aos vossos hóspedes? Que serviços vos fazem ser diferentes?
A verdadeira experiência que pretendemos proporcionar a quem nos visita é, sem dúvida, fazer com que sintam que o tempo parou enquanto estiveram hospedados connosco.
Pela conexão com a natureza, a calma alentejana, a capacidade de bem receber e cuidar por parte dos nossos colaboradores, ou pela costa selvagem que nos abraça. Acordar com a planície nas costas e o mar em frente é um grande privilégio. Somos literalmente um “Alentejo Que Sabe A Mar”.
Que cuidados ao nível do atendimento do cliente a vossa unidade não deixa escapar?
A capacidade de antecipação de problemas é uma ferramenta importantíssima, assim como um atendimento deveras atencioso em todos os momentos que por vezes faz com que o hóspede sinta que está em casa e rodeado de familiares.
O que se destaca nos quartos e sua decoração? Que categorias oferecem ao mercado?
Entre as nossas ofertas, temos por exemplo apartamentos, suites, quartos familiares ou quartos superiores com vista parcial mar. Destacamos nos nossos quartos, o conforto imaculado assim como uma decoração moderna sem descurar os detalhes de inspiração tradicional alentejana.
Ao nível das zonas públicas, como a unidade envolve o hóspede?
Na nossa Herdade, como todos os nossos quartos estão integrados em casas tipicamente alentejanos, o hóspede fica envolvido pela paisagem tranquila com a vista incrível do mar, sem sentir que está em algo colocado aqui artificialmente. Ou seja, é genuíno o sentimento de estar hospedado num típico monte alentejano.
Têm serviço de restauração, que ambiente ali é recriado?
Sim, na Herdade temos o nosso Restaurante Touril/Celso que serve almoços e jantares, para hóspedes e não hóspedes, e que tal como o nome indica é fruto de uma parceria com a Tasca do Celso em Vila Nova de Milfontes, uma referência gastronómica da Costa Alentejana.
Servimos comida tipicamente alentejana, naturalmente! Com a grande vantagem de esta região ter o mar a dois passos e conseguimos juntar-lhe toda uma variedade de peixes e mariscos. No entanto, a nossa carta não é uma carta, é um convite à descoberta de novos sabores e de outros, daqueles que só encontramos em memórias dos repastos em casa dos nossos avós. O ambiente do restaurante, com o mar em fundo, é espelho de tudo isto, uma sala aconchegante, recheada de detalhes decorativos alusivos à região, aos trabalhos do campo, como por exemplo algumas ferramentas antigas que outrora foram bastante importantes no desenvolvimento do Alentejo e da própria Herdade do Touril.
Têm sugestões/programas do que os vossos clientes podem fazer na região onde se inserem?
Sim, com as parcerias existentes com agentes locais, conseguimos ter uma grande oferta de programas que disponibilizarmos a quem nos visita, existindo aqui uma sinergia que no final fortalece toda região. O cycling é um dos exemplos.
Estamos também a trabalhar no sentido de nós próprios conseguirmos ter uma maior oferta ao nível de atividades acessível aos nossos hóspedes e enriquecermos ainda mais os nossos serviços.