No momento em que a TAP continua a ocupar a agenda do dia, quando todos se questionam como avançará o processo de privatização, vem o CEO da companhia, Luís Rodrigues, descansar os demais, garantindo que “temos todas as condições para transformar a TAP numa das companhias aéreas mais atrativas do mercado”.
Não avançando se a privatização está por dias, meses ou anos, no almoço com os associados AHP (Associação da Hotelaria de Portugal), o chairman da companhia aérea garantiu que os resultados da operação de verão são bons e que serão divulgados ainda neste mês de outubro: “não podemos estar parados à espera” e a privatização “não estraga os planos de transformar a companhia” – foi a curta e concisa explicação do CEO da TAP.
Havendo ainda muito por fazer, no futuro “é tempo de trabalhar com a organização” para tornar os custos mais baixos face aos concorrentes do setor e para elevar as receitas.
Com ênfase no crescimento internacional da TAP, tendo em conta que 75% dos seus passageiros são estrangeiros, Luís Rodrigues aponta o potencial geográfico de Portugal, de forma a que o nosso destino se torne um intermediário para ligações, por exemplo, entre o Brasil e a restante Europa.
“Não vamos ter novo aeroporto em Lisboa nos próximos 10 anos”
Mas outros desafios estão na ordem do dia, entre eles a sustentabilidade: “é um dever moral, temos a obrigação de fazer melhor (…) mas levanta-me algum receio porque o legislador é bom a fazer metas (…) mas também a atribuir penalidades”, admite o responsável, que ainda levanta a questão da digitalização e da inteligência artificial, que poderá “integrar na gestão de custos” e que na qual “a TAP não teve oportunidade de investir” e isso vai “demorar tempo e dinheiro”.
O novo aeroporto de Lisboa é igualmente uma preocupação para a companhia aérea porque o objetivo do mesmo “não é trazer mais turistas”, mas sim tentar manter os que já se tem. Além disso, Luís Rodrigues acusa que “um aeroporto no meio da cidade não faz sentido” e que é preciso, além da localização, discutir acessos e o que se fará com o espaço do atual aeroporto Humberto Delgado.
E sobre o aeroporto do Porto? O CEO da TAP diz que é uma história “cheia de mitos” e que “a margem de manobra de crescimento é o Porto” e “está no radar como não esteve até agora”.
“A procura não me preocupa”
E debaixo de olho continua o mercado brasileiro, norte-americano e, se possível, o asiático, que abriu mais tarde após as restrições pandémicas – mas fica o alerta, na TAP “precisamos de infraestruturas e de aviões e neste momento não temos uma coisa nem outra”.
Por Diana Fonseca