Um ano após a invasão Russa à Ucrânia, a ForwardKeys analisou o impacto da guerra nas viagens, com acesso aos dados mais recentes de reservas de voos disponíveis, e previsivelmente, diz o comunicado, “as sanções e a proibição de voos diretos entre a Rússia e a maior parte da UE reduziram drasticamente a conectividade aérea da Rússia com o resto do mundo”.
No entanto, há quem esteja a sair beneficiado com esta história: o Médio Oriente e a Turquia, que não proibiram voos de e para a Rússia, beneficiaram no aumento do tráfego aéreo, sendo que no ano seguinte à guerra, “a capacidade de assentos entre a Rússia e o Médio Oriente foi 27% maior” do que antes da pandemia, e a Turquia registou 26%. Por comparação, na União Europeia diminuiu em 99% e no Reino Unido 92%. Em relação ao resto do mundo, a América do Norte reduziu a conectividade aérea com a Rússia em 87%, a Ásia-Pacífico em 76%, e nas restantes Américas e na África 20%.
O mais surpreendente, segundo a análise da ForwardKeys, é que os russos ricos retornaram às viagens internacionais “como vingança pós-pandemia, enquanto os outros russos ficaram em casa”. Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro, até o final de dezembro, os bilhetes de classe premium para viagens de saída da Rússia aumentaram 10% em relação aos níveis pré-pandemia. Em comparação, as viagens em classe económica caíram 70%.
O destino que mais atraiu os russos ricos foi a Tailândia, com aumento de 81% das viagens de classe premium em relação a 2019. “Seguiram-se os Emirados Árabes Unidos, com alta de 108%, a Turquia, com alta de 41%, as Maldivas, com alta de 137% e Egito, alta de 181%”. Os voos dos três principais aeroportos de Moscovo, Vnukovo, Domodedovo e Sheremetyevo, aumentaram 144%, 77% e 74%, respetivamente, em comparação com os níveis anteriores à pandemia.
Todavia, desde o início de 2023, as viagens internacionais colapsaram no primeiro trimestre do ano: a partir de 15 de fevereiro, “as reservas de voos da classe premium para o primeiro trimestre estão 26% abaixo dos níveis de 2019 e na classe económica 66% abaixo”.
“Outro impacto notável da guerra na Ucrânia e o fecho do espaço aéreo russo para muitas companhias aéreas foi o aumento nos custos e nos tempos de voo entre a Europa e a Ásia-Pacífico. “No ano seguinte ao início da guerra, as tarifas aéreas médias entre a Europa e a Ásia-Pacífico foram 20% mais altas do que antes da pandemia em 2019 e 53% mais altas que no ano passado. Em tempos de voo, 37% do tráfego aéreo entre os dois continentes agora leva mais de oito horas, ante 23% antes da invasão. As rotas mais afetadas incluem aquelas entre o Japão e a Coreia do Sul na Ásia-Pacífico e França, Alemanha, Escandinávia e Reino Unido na Europa”.