Por Susana Mesquita, Docente ISAG EBS
O Turismo está na moda. O novo consumidor é cada vez mais exigente e a simples satisfação das necessidades já não é suficiente para ir ao encontro das suas expetativas. Os clientes querem ser envolvidos pelos destinos visitados. No contexto do lazer, a satisfação é vista como um conceito abrangente que reflete uma avaliação holística, depois da compra, levando a que o bem/serviço seja analisado como um todo, e não pelas utilidades individuais.
Este fenómeno do aumento da procura levou a um processo de globalização, presente na oferta turística, que nos últimos anos tem encontrado em Portugal um território de eleição, onde grandes marcas se começam a instalar.
A globalização e o aumento da competitividade trazem implicações ao nível da necessidade de planeamento, como resposta aos efeitos indesejados deste crescimento rápido, onde os recursos humanos (RH) devem ser otimizados.
A gestão de RH deve, assim, representar uma questão estratégica nas empresas, onde as pessoas, ao aliarem a componente teórica à prática, tornam visíveis os resultados de qualquer ação positiva. O profissional do turismo, para além de ser parte importante do serviço, é aquele que atua de forma a tornar a experiência do turista num momento único, inesquecível e memorável.
Apesar da importância desta atividade para os governos e empresas, a realidade mostra que o trabalho neste setor apresenta, ainda, um caráter de desvalorização e precaridade, com uma série de consequências sociais para os profissionais. Fatores históricos e culturais levaram a que, ao longo dos tempos, os RH, afetos ao setor do turismo, estivessem conotados por uma imagem negativa, já que muitas pessoas vêm, no trabalho de empregado de restaurante, de bar e de andares, entre outros, profissionais de baixo nível, sem formação ou com poucas habilitações.
Estes preconceitos, juntamente com o desafio da sazonalidade e com o alto índice de turnover na atividade, levam a que os gestores enfrentem uma dura realidade.
O reconhecimento da importância destas profissões, pelas entidades públicas e privadas, passa, por valorizar os trabalhadores, investindo no recrutamento, no processo de acolhimento e integração, de forma a motivar e reter as pessoas, com investimento na qualificação, elevando os salários, contratando legalmente e garantindo proteções sociais.
Capacitar os RH reveste-se de grande importância. Esta preparação para exercer e enfrentar novos desafios profissionais, cada vez mais vai ser alvo de um desenvolvimento contínuo, que passa pelo investimento na formação, quer seja em sala de aulas, quer seja no dia-a-dia, com a chamada job rotation.
Os RH, no turismo, são fundamentais. Um dos principais fatores, que leva um turista a retornar a um local, deve-se à qualidade de entrega aos serviços solicitados, o que passa, inevitavelmente, pelos RH.
A aposta na qualificação e formação dos recursos torna-se, assim, uma questão fulcral para o setor, existindo uma necessidade de adaptar a mesma aos novos desafios, apostando na inovação e na qualidade.
Formar hoje para o sucesso do turismo amanhã!