Tomou ontem, dia 16 de abril, posse o novo conselho diretivo da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) para o triénio 2024-2027. Francisco Calheiros, reeleito uma vez mais para a presidência deste órgão, apresentou os 11 eixos estratégicos deste seu “último mandato” que será pautado pelo “compromisso, trabalho e dedicação”. São eles o crescimento, dimensão e internacionalização das empresas; os transportes, onde se inclui as acessibilidades aeroportuárias e ferroviárias, e a privatização da TAP; a promoção turística externa; a fiscalidade e custos de contexto; a reforma do Estado; a concertação social, capital humano e qualificação; a transformação digital; os fundos comunitários (PRR e PT2030); a sustentabilidade ambiental; o reforço do papel do associativismo do turismo; e a demografia.
No seu discurso na sociedade na Sociedade de Geografia de Lisboa, e perante uma plateia que incluiu a presença de personalidades políticas como o ministro da Economia, Pedro Reis, o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, ou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, entre outros, Francisco Calheiros destacou, desde logo, o tema dos transportes, chamando a atenção para “a necessidade imperiosa de termos um novo aeroporto”. E para tal, defendeu: “Que se decida rápido, mas que se tome uma decisão que tenha em conta o curto, o médio e o longo prazo”.
Por outro lado, a CTP lembrou que Portugal e o turismo precisam de uma reforma do Estado para que este “se torne mais ágil, menos burocrático e que olhe mais para as empresas” pois “necessitam de pagar menos impostos e ter menos custos de contexto”, apontando ainda a necessidade de se redefinir os apoios à internacionalização e o reforço da promoção externa do país.
Para o reconduzido presidente da CTP, estes temas são bem conhecidos quer do ministro da Economia, quer do secretário de Estado do Turismo do novo Governo, e acredita que irão com toda a certeza dar a máxima atenção ao turismo e aos vários temas estratégicos que lhe estão subjacentes”, sendo ainda “impulsionadores do reforço da parceria público-privada”.
Assumindo que liderar a CTP tem sido “uma tarefa árdua”, Francisco Calheiros não hesita também em afirmar que apesar de todos os desafios, “continuámos a construir as bases para uma CTP cada vez mais consistente, cada vez mais respeitada, cada vez mais ouvida”. E, embora vivendo em tempos de incerteza que dificultam quaisquer previsões, o dirigente relembrou que o turismo continua a ser um dos setores que mais contribui para o país, seja através dos impostos que paga, do emprego que gera ou do investimento que realiza. E lembrou que “o turismo é valor”, assegurando uma importante fonte de receitas fiscais.
Por outro lado, o recém-mandatado pela CTP garantiu que a Confederação não representa apenas os interesses empresariais do turismo, assumindo uma importância relevante na sociedade civil através do seu estatuto de Parceiro Social.
Francisco Calheiros frisou igualmente que o papel da CTP é, e continuará a ser, o de “influenciar decisões estratégicas para o turismo, através de compromissos, de consensos sociais e institucionais”. E avisou: “não contarão connosco para facilitismos”, defendendo antes decisões que permitam uma legislação mais adequada ao “estabelecimento de políticas públicas cada vez mais eficientes, mais amigas do investimento e da iniciativa privada, mais propiciadoras da geração de riqueza e do fortalecimento do tecido empresarial da atividade económica do turismo”.