António Trindade, CEO do PortoBay Hotels & Resorts, aproveitou mais uma edição da BTL, em Lisboa, para se reunir com a imprensa e fazer um balanço da atividade do grupo hoteleiro. Para já, afirma, “o nosso grande objetivo é consolidar a operação do Algarve”. Recorde-se que, atualmente, a cadeia conta com o PortoBay Falésia, num contrato de exploração que só termina dentro de quatro anos. Mas o empresário explica que a lógica da marca PortoBay são os resorts, admitindo que a região do Algarve “pode gerar novas oportunidades e por isso estamos atentos”.
Por outro lado, o grupo está já presente no Brasil, nomeadamente no Rio de Janeiro e em São Paulo. E, se há cerca de um ano e meio, tudo apontava para que não houvesse alterações nesta presença, hoje o cenário está em mudança e António Trindade reconhece que “temos, pelo menos, de estar atentos”. A verdade é que o período de pandemia foi aproveitado para investir na requalificação dos produtos neste país: “grandes investimentos que geraram bons resultados”, esclarece. E acredita que “o Brasil continua a ser um país de oportunidades”.
Expansão: Lagos e Funchal aguardam novidades
A expansão do PortoBay passará por duas componentes: gestão e investimento. E, em matéria de investimento, o CEO do grupo adiantou ter dois projetos em carteira que, pela sua localização exclusiva, têm demorado mais tempo do que inicialmente previsto a verem “a luz do dia”, exigindo, por parte das autoridades, “um cuidado redobrado a nível de exigência e de negociação”.
Em Lagos, junto à zona velha da cidade, num vale antes da Praia Dona Ana, deverá nascer um hotel nos terrenos junto ao Convento da Trindade.
Já no Funchal, também na zona velha, a aposta passa por um “produto muito diferenciado”, com cerca de 60 a 65 quartos, localizado na Rua de Santa Maria, muito próximo do Hotel Porto Santa Maria, o que é uma vantagem, em termos de gestão, admite o responsável.
Crescimento de 5% a 10% em 2023
Depois de um ano de 2022 que António Trindade descreve como ter sido de viragem, embora, para ser mais preciso, prefira falar dos três últimos trimestres de viragem, as expectativas para este ano são de chegar a um aumento de entre 5% a 10% nas receitas, “muito fundamentado nos grandes aumentos que tivemos no primeiro trimestre deste ano, excecional para todos nós”.
Com as 15 unidades e um total de 1680 quartos, de 4 e 5 estrelas, o PortoBay chegou a cerca de um milhão de dormidas em 2022, com uma taxa de ocupação na ordem dos 83% em Portugal, e a superação do objetivo dos 100 milhões de faturação, atingindo os 104 milhões, ou seja, mais 18% face a 2019.
Para manter os padrões de qualidade do grupo, investiram-se cerca de oito milhões de euros na requalificação do produto PortoBay no ano passado e, para 2023, já estão previstos 10 milhões de euros com essa finalidade.
Por Inês Gromicho