Numa altura em que muitas empresas, hotéis e restaurantes começam a reabrir ou preparar a reabertura e retoma da atividade, Ambitur.pt quis saber quais os planos que têm para esta “nova normalidade” e quais as maiores dificuldades que terão de enfrentar. Fernando Maia, diretor geral de Operações dos Olissippo Hotéis, prevê que esta retoma seja “progressiva a partir do próximo mês de junho”.
O responsável admite que é um momento difícil para se fazerem previsões, uma vez que há dependência de terceiros e da confiança dos consumidores para que o mercado retome a sua atividade normal. Mas “acredito que existirá vontade de viajar” algo que dependerá e muito da retoma da aviação comercial e da segurança a ela associada. “O maior desafio será a retoma da mobilidade e da confiança para viajar”, diz Fernando Maia. Enquanto tal não se verificar, “não se conseguirão atingir volumes de negócio aceitáveis”, explica, adianta do que estará assim em causa “a sobrevivência de um grande número de empresas e não serão apenas hotéis”.
Referindo-se à forma como é possível gerir, no atual contexto, Fernando Maia resume: “gere-se à distância”. Isto porque “Não há clientes nos nossos hotéis e as equipas estão reduzidas ao mínimo com presenças necessárias apenas à manutenção das estruturas e dos equipamentos”.
Para o diretor-geral desta cadeia hoteleira, “a prestação de serviços terá que sofrer uma alteração profunda na interação que mantemos com os clientes nos nossos hotéis“. Não duvida de que serão adotadas regras mais rígidas na higienização dos espaços públicos, nas unidades de alojamento e nos diversos outlets de serviços para proteção e defesa da saúde de quem os frequenta e dos colaboradores internos.
Mas já em março deste ano o grupo implementou planos de contingência sob a orientação da orientação da empresa de Higiene, Segurança e Medicina no Trabalho com a qual colabora, cumprindo as diretivas da DGS. “Se já éramos rigorosos no cumprimento das regras de HACCP, medidas preventivas contra a Legionella, controlo da qualidade da água, desinfeções de colchões e desinfestações periódicas, no contexto atual e futuro próximo teremos que ir mais além”. Isto significa que haverá máscaras faciais, luvas e outros EPIs (equipamentos de proteção individual), distâncias obrigatórias, menos contactos pessoais nos Front-Offices, bagagens desinfetadas à chegada, redução do número de lugares disponíveis nos restaurantes, uso mais intenso do Room-Service, quartos atribuídos de forma alternada, períodos de tempo mais dilatados antes da respetiva limpeza, maiores cuidados na triagem e tratamento de roupas, entre outras medidas que seguramente terão o seu impacto na interação com os clientes.
Para já, Fernando Maia não hesita em afirmar que “o online ganhará relevância quer nas reservas, quer nos diretórios de serviços, ou na apresentação das ementas dos diversos pontos de venda, por questões de segurança”. Também as videoconferências ganharão destaque nas apresentações de produtos e de espaços, diz. E, “na comercialização, acrescentar valor será uma recomendação a seguir”. Além do acolhimento e da qualidade do serviço, “a segurança passará a ganhar um maior estatuto na empresa“, garante.