A Ambitur.pt continua a auscultar os empresários do setor do turismo, no âmbito da atual pandemia da Covid-19, procurando saber como as empresas estão agir neste momento e como pensam o futuro.
Oliver Zahn, CEO da Portimar DMC, adianta que a sua empresa tem vindo a recorrer às possibilidades disponibilizadas pelo Governo para superar a atual crise, tais como os regulamentos sobre lay-off e a solicitação de linhas de crédito para garantir liquidez. Por outro lado, refere que fez todos os possíveis para reduzir custos, otimizar processos internos e adiar projetos e investimentos.
Neste momento, todas as áreas da empresa continuam operacionais, embora com algumas restrições devido ao lay-off e ao facto de os colaboradores estarem em teletrabalho. “A Portimar sempre foi claramente estruturada, não houve necessidade, nem possibilidade, de fechar alguma área de negócio ou algum departamento”, frisa o responsável. E detalha: “A dedicação dependeu das fases da crise. Nos primeiros 15 dias, por exemplo, houve a concentração no processamento de reservas e cancelamentos, a seguir a gestão de pessoal, custos e liquidez; e agora estamos na fase de arquitetar a estrutura e os processos para o futuro”.
Até porque, diz Oliver Zahn, “é sempre hora de pensar o futuro”, para otimizar os processos e aumentar a eficiência. “Com o nosso modelo de negócio atual, de certeza que temos de reduzir bastante a nossa estrutura, porque não contamos com um retorno à ‘normalidade’ nos próximos dois anos”, sublinha. E vai mais longe: “para sobreviver e poder garantir os postos de trabalho, há que pensar em outras áreas de negócio, talvez novos mercados e novos produtos”.
“A minha principal preocupação é a incerteza completa sobre a duração da crise”, admite o empresário. Reconhecendo que uma empresa “sólida” como a Portimar “pode e deve (…) suportar uns meses quase sem receitas”, alerta no entanto que “esta capacidade obviamente é limitada”. Mesmo que as restrições internacionais sejam levantadas em breve, e uma vez que a Portimar opera sobretudo a nível internacional, Oliver Zahn acredita que ainda leverá muito tempo para que os turistas estrangeiros “voltem a ter a ‘alegria’ de viajar para o exterior”, além de que as companhias aéreas só reforçarão as suas capacidades “lentamente”.