A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, participou esta manhã no webinar “Retoma do Turismo em Portugal – It’s time to restart”, organizado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP) em conjunto com a PwC.
Rita Marques foi convidada a partilhar a sua visão sobre as “Medidas de segurança e confiança para a retoma da hotelaria” face à Covid-19 e começou por avançar os motivos pelos quais Portugal conseguiu dar uma boa resposta à pandemia. “Tivemos mais tempo que outros Estados-Membros [UE] para nos prepararmos e fruto do comportamento exemplar de todos os portugueses”, o que ajudou a que o país tenha “uma projeção internacional hoje muito reforçada”, argumenta.
Em seguida, Rita Marques dividiu a sua reflexão em “três C’s” — Competências, Cooperação e Comunicação — que serão “a matriz privilegiada por todos os atores económicos associados ao Turismo”.
Competências
Segundo a responsável pela pasta do Turismo, “a primeira preocupação foi acautelar a situação financeira das empresas”, operacionalizando as várias medidas e instrumentos, até porque “estamos a falar de um setor que tem uma importância extraordinária na economia”. Rita Marques afirma que o setor é constituído por cerca de 132 mil empresas, com 397 mil trabalhadores, das quais 74% são empresários em nome individual.
Assim, “lançámos de imediato uma linha de microcrédito” do Turismo de Portugal que recebeu um total de 6.150 candidaturas às quais foram atribuídos 50 milhões de euros, para cerca de 17.000 postos de trabalho. A SET realça que “a linha ainda não está esgotada”. Quanto à linha de crédito do Governo, Rita Marques admite que “não correu tão bem” na medida em que “perdemos algum tempo” junto da Comissão Europeia (CE) e no seu próprio “modus operandi” ao qual “temos de trazer alguma simplificação no procedimento da avaliação das candidaturas”. Mesmo assim, o instrumento financeiro recebeu mais de 30 mil candidaturas e ainda tem “alguma dotação”.
O Governo prepara um segundo pacote de medidas de apoio e a SET refere que tal pode incluir “reforçar estas linhas com as tais melhorias que todos nós achámos por bem introduzir, no sentido de operacionalizar eficientemente e com mais qualidade a injeção deste capital”.
Às competências financeiras, junta-se a aposta na “formação de todos aqueles que trabalham no turismo” pois “temos plena consciência de que o novo turismo será diferente do que conhecíamos há dois ou três meses”, com maior ênfase na sustentabilidade e no digital.
Cooperação
Num “setor de pessoas para pessoas” há que “trabalhar em estrita cooperação”, não há outra forma “para sair de uma situação complexa” do que trabalhar em equipa, diz-nos a SET, que deixa um “reconhecimento extensível a todos os operadores económicos, entidades regionais de turismo, autarquias e comunidades intermunicipais”, entre outros. Efetivamente, “se há coisa que podemos sinalizar como positiva é o reforço da cooperação entre agentes e destinos” e um estreitamente de relação de proximidade.
Comunicação
Ao longo da pandemia, Portugal tem procurado transmitir mensagens positivas enquanto destino turístico e as campanhas de promoção do Turismo de Portugal são exemplo disso: o “Can’t Skip Hope” foi uma das primeiras campanhas a nível mundial, do género, com uma “projeção interessante” e o “Ler Portugal” procurou levar os turistas a descobrir o destino através da literatura, inspirando-se para uma viagem futura.
O Turismo de Portugal lançou também o selo Clean & Safe, uma “iniciativa pioneira a nível mundial” que conta já com “mais de 9.000 selos no terreno” que vêm “reforçar a imagem positiva que estávamos a estruturar desde o primeiro dia”, reflete Rita Marques. Estamos agora “numa segunda fase” e a SET vai mais longe e afirma que hoje, 1 de junho, é o “Dia da Retoma” com vários setores e atividades a regressar ao ativo.
Rita Marques conclui que “2020 vai ser um ano difícil” mas que “os nossos ativos não foram afetados pela Covid 19”. “Aquilo que nos distinguiu durante três anos enquanto melhor destino turístico do Mundo” não desapareceu, pelo que se “trabalharmos as competências”, “esta boa cooperação” entre público e privado, e se continuarmos a “projetar a nossa imagem”, através da comunicação, a retoma será feita.