O impacto que a Covid-19 tem tido é transversal a todos os setores e a todos os países. No entanto, é notória a imagem que Portugal tem transmitido no sentido de minimizar os efeitos. A viver duas realidades – alemã e portuguesa – Markus Zahn, CEO da Olimar, destaca a rapidez do governo português no apoio às empresas. Na Alemanha, “as agências de viagens e os operadores ainda estão à espera por uma ajuda para a confirmação de créditos”.
A grande preocupação deste operador que atua no mercado português há várias décadas está na situação económica: “Vendemos qualidade de vida e hoje o alemão está em casa e em lay-off”, acreditando que o “gasto do consumidor para comprar viagens vai ser reduzido” e “difícil de recuperar”. No entanto, a imagem que Portugal transmite na Alemanha é de segurança, confiança e qualidade: “É conhecido pela natureza, gastronomia e variedade de produtos”, pelo que o “potencial do Oeste do país é muito maior” na Alemanha do que, propriamente, o Algarve.
O responsável, que falava na segunda edição das “Tourism Talks”, promovida na passada sexta-feira pela Message In a Bottle, destacou também que as “viagens de grupo e de cruzeiros” serão mais complicadas, ao contrário das “individuais ou de pequenos grupos” que terão uma vantagem nos próximos meses. Para tal, Markus Zahn alerta que a retoma das vendas terá de ser feita em conjunto dentro de cada país, sendo fundamental colocar “os governos europeus a trabalhar em conjunto”. Embora haja muitas incertezas sobre o futuro das infraestruturas turísticas e das limitações que serão impostas, o responsável acredita que, a partir de julho e agosto, “haja algum turismo”, realçando que a “procura por viajar no mercado alemão” é muito alta, com cerca de “46% dos viajantes a quererem viajar este verão”. Estes números levam a crer que a “procura vai continuar: em 2022 e 2021 os números vão chegar aos que tivemos em 2019”.
A visão de Markus Zahn é de que Portugal tem uma vantagem forte no sentido de conquistar o mercado alemão, considerando que “manter a qualidade, os preços, a gastronomia e a natureza” são fatores nesta fase. Quanto à retoma das operações aéreas para Portugal, o responsável prevê que em julho e agosto “vamos ter as primeiras ligações”, acreditando que, no “fim do verão”, a atividade possa dar sinais de recuperação. “Portugal está preparado” para tal, remata.