Sendo a sustentabilidade apontada com um dos pilares fundamentais do futuro da atividade turística, em parceria com a publicação Ambiente Magazine, estamos a publicar comentários de profissionais e entidades do setor ambiental sobre esta temática.
Leia a opinião de Pedro Sá, partner at PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados, RL.
Primeiro, os lugares-comuns: a sustentabilidade é um conceito difuso e abstrato, que só ganha tração quando é densificado em ideias escrutináveis e implementáveis. Isto depende da compreensão dos pilares fundamentais em que assenta uma ideia de sustentabilidade que se pretende transversal e transformadora – o ambiente, a sociedade e a economia – e a sustentabilidade não pode abdicar de nenhuma dessas peças interdependentes, sob pena de se erigir numa sustentabilidade verdadeiramente insustentável.
A compreensão do que digo é hoje mais clara e abrangente do que nunca – não é outra coisa a preocupação crescente de compliance ESG que atravessa o mundo empresarial, nas suas versões mais soft e nos seus assomos normativos, de que é exemplo a recente Resolução do Parlamento Europeu sobre o dever de diligência das empresas. Esta compreensão arranca de uma visão de sustentabilidade que recusa uma abordagem cínica de contenção de danos ou de greenwashing, optando pela responsabilidade efetiva dos atores económicos em relação a padrões ambientais (environmental), humanos (social) e económicos (governance).
Morreu o business-as-usual, é tempo de ação. Para quando? Para ontem!