A Ambitur.pt prossegue com a rubrica “Uma carreira na hotelaria”, com o intuito de dar a conhecer o percurso profissional de quem se dedica à hotelaria em Portugal. Desta vez damos a palavra a João Marques, diretor de Operações & Expansão da Oásis Atlântico Hotels & Resorts.
João Pedro Marques nasceu em Cascais e apostou na formação em Direção e Gestão Hoteleira pela ESHTE – Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, tendo também um mestrado em Gestão pelo ISCTE e uma pós-graduação em Business Analytics pela NOVA IMS.
O profissional explica que a opção pela área de Direção Hoteleira se deveu à paixão pela hospitalidade e à vontade de conhecer vários países, realidades e culturas. Já o mestrado acabou por dar continuidade ao gosto de João pela área financeira e analítica, que marca a sua base e a sua forma de estar na vida, explica, “com o pragmatismo necessário que permite o equilíbrio entre o racional e o emotivo”.
A pós-graduação na NOVA IMS surgiu da vontade de João Marques agregar valor ao seu perfil e procurar desenvolver novas formas de análise, solução de problemas e garantir que, além de saber a informação ou os dados que deseja analisar, sabe como alcançar os mesmos e trabalhá-los. “Acima de tudo procuro, além do saber, saber fazer”, resume.
Como e quando iniciou a sua carreira na Hotelaria?
Iniciei a minha carreira na Hotelaria como estagiário no Tivoli Palácio de Seteais. Foi aqui que nasceu a minha paixão pela hotelaria e por criar e disponibilizar experiências aos hóspedes.
O que o apaixona no setor hoteleiro e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?
As Pessoas. Os nossos hóspedes e as equipas que todos os dias trabalham para criar memórias únicas.
A chegada ao atual grupo deu-se quando e como?
A minha chegada ao Grupo Oásis Atlântico acontece num momento de crescimento e consolidação do Grupo. Pela necessidade de agregar valor e conhecimento, mas acima de tudo, para ser mais um elemento de uma equipa multidisciplinar com foco no Cliente e na lusofonia.
Concluído o processo de turnover do Amendoeira Golf Resort (Kronos Homes) com resultados financeiros e qualitativos, que orgulham a equipa e a mim em particular, foi o momento certo para abraçar um projeto desafiante, de crescimento, com a certeza que trabalharei com uma equipa multicultural que acredito ser a chave para um serviço único.
E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo hoteleiro até aos dias de hoje?
Iniciei o meu percurso em março de 2023, pelo que ainda estou na fase de acolhimento e descoberta.
Como define as suas funções dentro do grupo atualmente? E que tipo de gestão procura fazer em termos de equipa?
As funções desempenhadas gravitam em dois grandes grupos. A Direção de Operações, onde trabalho em conjunto com equipas espalhadas por três países, com quem aprendo diariamente e constroem o ADN e cultura do Grupo Oásis, partilhando experiências e boas práticas que podem ser replicadas ou adaptadas aos vários hotéis. Acumulo também a área de expansão do Grupo, que me motiva a olhar para o futuro, tendo sempre presente a cultura e a visão do Grupo Oásis.
Sobre a gestão de equipa, o que posso dizer é que a maior motivação é trabalhar todos os dias com todas as Pessoas que fazem o dia a dia das nossas unidades, sem as quais seria impossível proporcionar momentos inesquecíveis que fazem com que a nossa taxa de retenção de talento seja uma boa surpresa para mim, bem como a taxa de fidelização dos nossos hóspedes.
Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?
Procuro olhar para cada momento com o pragmatismo necessário e com otimismo, pelo que o meu percurso é feito de muita aprendizagem e capacidade de adaptação ao local onde estou, às pessoas com quem estou.
Assim, diria que os momentos mais marcantes são sempre aqueles em que temos a consciência que tocámos ou mudámos para melhor a ou as pessoas à nossa volta. Cada colaborador que promovemos ou damos oportunidade de crescimento é para mim o ponto alto da nossa profissão.
Como momento mais desafiante pela negativa destaco a pandemia. Foi a primeira experiência de encerramento de uma unidade hoteleira. Fica a experiência e o conhecimento num momento em que pouco ou nada sabíamos.
Foi também o momento em que diminuímos equipas, em que iniciámos processos de proteção para a sobrevivência das organizações e em que tivemos também tempo para pensar a hospitalidade.
Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?
Este ano, o desafio principal será a adaptação a novas e múltiplas realidades, com perspetivas de taxas de ocupação elevadas, tendo como foco o equilíbrio entre a qualidade e a rentabilidade de cada unidade e destino.