Teve ontem início o XVI Congresso da ADHP – Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, a partir da Universidade de Évora, dedicado ao tema “O futuro começa agora”. Na sessão de abertura do evento, Raul Ribeiro Ferreira, presidente da associação, assegura que “os diretores de hotéis querem começar a construir já o futuro” até porque os ativos estão cá e “não temos tempo para esperar” o regresso à normalidade.
Raul Ribeiro Ferreira fez questão de frisar que “estamos num ano difícil” em que “tivemos de vencer algumas resistências” à realização de um evento que “ganha maior relevância”, na medida em que é já referência anual, por isso “achámos que tínhamos de satisfazer a necessidade que os diretores e todos os parceiros sentem de estar aqui”, e também “porque é dos poucos que vão acontecer este ano”. O presidente da ADHP não tem dúvidas de que “é fundamental que consigamos dar esse sinal ao mercado”. Apesar de “cientes do desafio que é realizar um evento presencial”, como este, “é fundamental para os diretores de hotel retomar a normalidade com as condicionantes possíveis”.
Segundo o mesmo, “é preciso passar uma mensagem de confiança a todos os clientes” e exemplo disso é o selo Clean & Safe que, implementado pelo Turismo de Portugal, foi “amplamente espalhado pelos hotéis no país todo” e transposto para outras áreas da indústria. Contudo, o responsável relembra que tais normas de higiene e segurança “não nasceram com a Covid” mas que são “fruto de um longo trabalho desenvolvido ao longo dos anos por todos os profissionais do setor” e até superiores em relação a outros mercados. Nos últimos meses, “o nosso papel centralizou-se em garantir a estabilidade e segurança de todos os colaboradores” para que as mesmas sejam transmitidas aos clientes.
“Não temos tempo para esperar”
Mas Raul Ribeiro Ferreira admite que, “em muitas zonas, os números são catastróficos” e que “nos próximos meses esse panorama não irá sofrer grandes alterações”. Nesse sentido, na sua opinião, “entidades públicas e privadas têm que se envolver num trabalho conjunto” sendo “importante que as respostas sejam rápidas àquilo que precisamos”, do lado do setor às entidades públicas e vice-versa. “Não temos tempo para esperar, precisamos que as medidas tomadas entrem em vigor rapidamente de forma a garantir a sobrevivência”, alerta. O apoio extraordinário à retoma progressiva, por exemplo, ainda não entrou em vigor.
“O futuro começou hoje”
O presidente da ADHP realça que “este Congresso quer dar um sinal ao mercado de que as razões que levaram Portugal a ser considerado, durante três anos, o Melhor Destino do Mundo manter-se-ão todas após o fim da pandemia” e que, para isso, muito contribuíram os diretores de hotéis que “querem começar a construir já o futuro” dando soluções e preparando o mercado.
Um dado positivo é que “estamos a reduzir cada vez mais a sazonalidade do nosso país”, o que “nos permite gerir os hotéis de forma mais consistente e sustentável”, congratula o responsável. Durante a pandemia, “os hotéis não pararam as suas atividades [ex. promoção] mesmo que não estivessem a receber clientes” o que fez com que, após o verão, “conseguissem sair de forma mais consistente da crise” e “minimizar um ano que já sabíamos que ia ser mau”.
Por fim, Raul Ribeiro Ferreira nota que o Congresso pretende avançar “ideias que ajudem todos os profissionais” de uma classe que “deu provas grandes da importância que tem” com diretores à frente dos hotéis que “souberam reagir à crise, criar estratégias e não entrar em pânico”. “Tem de ser clara a aposta nas pessoas e na qualificação”, declara o presidente da ADHP. Assim, “é importante perceber que o futuro começou hoje”.