De acordo com os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em setembro de 2016 manteve-se o “crescimento acentuado”, aumentando os hóspedes (+7,5%), as dormidas (+6,5%) e os proveitos (+16,5%). Um período em que também se registou um crescimento do mercado francês (+23,4%), assim como um aumento das dormidas nas várias regiões do país.
Os estabelecimentos hoteleiros registaram 2,1 milhões de hóspedes e 5,9 milhões de dormidas em setembro de 2016, o que corresponde a um crescimento de 7,5% e de 6,5% quando comparado ao ano passado. Também em relação ao mês de agosto, regista-se um aumento de 3,6% e de 4,2%, respetivamente. Já os proveitos totais aumentaram 16,5%, e os de aposento 16,2%, acelerando face ao mês anterior – +12,9% e +14,3%.
Já o mercado interno (+4,9% de dormidas) recuperou face ao mês anterior (-2,9%), enquanto o crescimento dos mercados externos (+7,2%) ficou ligeiramente aquém do observado no mês anterior (+8,2%). A estada média reduziu-se ligeiramente (-0,9%; 2,87 noites), contrariamente à taxa de ocupação-cama (+1,7 p.p.; 61,4%). Os proveitos totais aumentaram 16,5% e os de aposento 16,2%, acelerando face ao mês anterior (+12,9% e +14,3%, respetivamente).
Hóspedes e dormidas aceleraram face ao mês anterior
Em setembro de 2016, a hotelaria registou 2,1 milhões de hóspedes e 5,9 milhões de dormidas (+7,5% e +6,5%, respetivamente), movimento que se traduziu numa aceleração face a agosto (+3,6% e +4,2%). No entanto, estes resultados ficaram aquém dos três meses anteriores (maio a julho) bem como do período acumulado de janeiro a setembro (+9,2% e +8,7%).
As pousadas e aldeamentos turísticos apresentaram acréscimos significativos das dormidas (+13,9% e +13,0%), tal como os hotéis e hotéis-apartamentos (+8,8% em ambos). Os apartamentos turísticos mantiveram evolução negativa (-7,5%), tal como nos três meses anteriores. As dormidas em hotéis representaram 67,0% do total e em hotéis-apartamentos 14,1%.
Recuperação do mercado interno
O mercado interno deu origem a 1,6 milhões de dormidas, com aumento (+4,9%) que veio contrariar o resultado decrescente de agosto (-2,9%) e a superar o aumento observado em julho (+3,0%). As dormidas de não residentes (4,3 milhões) desaceleraram face a agosto (+7,2% e +8,2%, respetivamente) bem como perante os três meses anteriores (+9,8% em julho e junho e +11,7% em maio). Considerando o período de janeiro a setembro, a evolução foi positiva para o mercado interno (+4,5%) e mais notoriamente para os mercados externos que corresponderam a 71,2% do total e aumentaram 10,5%.
Crescimento expressivo do mercado francês
Os treze principais mercados emissores representaram 86,9% das dormidas de não residentes (86,5% no mês homólogo de 2015). O Reino Unido, com um peso relativo de 26,1%, desacelerou significativamente registando um aumento de 2,4% face a crescimentos de 9,5% em agosto e 6,8% em julho. Nos primeiros nove meses do ano este mercado cresceu 10,0%.
A Alemanha também desacelerou, registando um aumento de 2,5% em comparação com +3,4% em agosto e +13,1% em julho. A representatividade deste mercado também se reduziu (de 14,5% em setembro de 2015 para 13,9% em setembro de 2016).
França apresentou um aumento expressivo das dormidas (+23,4%), superando largamente o do mês anterior (+6,2%) e aproximando-se do registado em junho (+24,8%). O seu peso relativo aumentou (10,5%; +1,4 p.p.).
O mercado espanhol (8,8% das dormidas de não residentes) registou um aumento de 8,1%, acima do mês anterior (+3,0%), mas ainda aquém do conjunto dos primeiros nove meses do ano (+10,3%).
As dormidas de hóspedes dos Países Baixos (+10,5%, correspondendo a 5,9% do total) desaceleraram face aos resultados de agosto (+21,7%), ficando aquém do período acumulado de janeiro a setembro (+12,8%).
São de realçar as subidas do mercado brasileiro (+19,8%), do norte-americano (+12,3%) e do belga (+12,1%). A Suécia foi o único dos principais mercados a decrescer (-2,1%), ainda que sucedendo aumentos expressivos nos meses anteriores (+13,2% em agosto e +11,6% em julho e +15,9% em junho).
Aumento generalizado das dormidas nas várias regiões
Mantendo a tendência dos últimos meses, verificou-se um aumento generalizado das dormidas nas várias regiões, nomeadamente nos Açores (+17,6%), Alentejo (+12,4%) e Centro (+12,1%). Os principais destinos foram o Algarve (37,7% das dormidas), Lisboa (22,3%) e Norte (12,4%). É de notar que Lisboa reduziu o seu peso relativo em 0,8 p.p., em paralelo com registo do menor crescimento (+3,1%) entre as regiões.
A evolução das dormidas de residentes foi também globalmente positiva, com realce para os Açores (+15,2%), Alentejo (+15,1%) e Madeira (+14,2%). No Algarve as dormidas pouco oscilaram (+0,3%), permanecendo esta como a primeira escolha do mercado interno (29,8% das dormidas) mas com redução de quota (31,1% em setembro de 2015).
Nas preferências dos residentes seguiram-se o Norte (18,5%) e o Centro (18,1%). Em termos de dormidas de não residentes, os Açores registaram o maior aumento (+19,0%), secundados pelo Centro e Norte (+12,2% e +11,7%, respetivamente). A evolução das restantes regiões foi também positiva mas de menor expressão, nomeadamente em Lisboa (+3,6%) e na Madeira (+4,2%).
Sem alteração face a setembro de 2015, os destinos de preferência dos mercados externos foram o Algarve (40,7%), Lisboa (24,3%) e R. A. Madeira (14,1%).
Redução da estada média
A estada média foi 2,87 noites (-0,9%, +0,5% no mês anterior). A evolução nos nove primeiros meses do ano foi igualmente negativa (-0,4%; 2,87 noites). As regiões com estadias mais elevadas foram a Madeira (5,62 noites), Algarve (4,52) e Açores (3,14).
Taxa de ocupação aumentou
A taxa líquida de ocupação-cama atingiu 61,4% (+1,7 p.p.), resultado que superou o do mês anterior (-0,2 p.p.), mas que ficou aquém do período acumulado de janeiro a setembro (+2,1 p.p.; 51,6%).
A maior taxa de ocupação (78,5%) verificou-se na Madeira, secundada por Lisboa (66,6%) e Algarve (65,0%). Lisboa foi a única região a registar redução na taxa de ocupação (-1,8 p.p.), enquanto os Açores e Alentejo apresentaram aumentos significativos (+4,9 p.p. e +4,8 p.p., respetivamente).
Proveitos aceleraram, com destaque para os Açores
Os proveitos totais atingiram 347,2 milhões de euros (+16,5%) e os de aposento 253,2 milhões de euros (+16,2%), resultando numa aceleração face ao mês anterior (+12,9% e +14,3%, respetivamente). No período de janeiro a setembro os proveitos totais aumentaram 16,1% e os de aposento 17,1%. Como se tem verificado nos últimos meses, o aumento dos proveitos superou largamente os dos hóspedes e dormidas.
As regiões com maior aumento em ambos os indicadores foram os Açores (+36,4% de proveitos totais e +31,1% nos de aposento) e Algarve (+20,7% e +21,7%). As restantes regiões também apresentaram crescimentos significativos, um pouco menos em Lisboa (+9,8% e +7,4%, face a +12,0% e +14,7% em agosto).
O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi 59,3 euros (+12,5%), com evolução próxima do período acumulado de janeiro a setembro (+12,7%; 46,0 euros). Lisboa registou o valor mais elevado do RevPAR (80,2€), seguida pelo Algarve (68,4€) e Madeira (56,7€). No entanto, o RevPAR de Lisboa cresceu apenas 2,4%, enquanto no Algarve e Madeira houve aumentos de 19,1% e 16,0%, respetivamente. São ainda de realçar os crescimentos verificados nos Açores (+22,0%) e no Alentejo (+17,3%).
Os hotéis de cinco estrelas e as pousadas evidenciaram-se com RevPAR de 118,2 € e 87,1€, respetivamente. A evolução deste indicador foi genericamente positiva, à exceção dos hotéis-apartamentos de cinco estrelas (-3,9%). No entanto os hotéis-apartamentos registaram um aumento global significativo (+17,2%). Destacaram-se ainda os aumentos no RevPAR dos hotéis de duas e uma estrelas (+15,1%) e dos apartamentos turísticos (+14,1%).