A AHP (Associação da Hotelaria de Portugal) revelou os resultados de 476 estabelecimentos hoteleiros portugueses para a operação de 2023 e ainda as expectativas para o novo ano, num inquérito que decorreu de 2 de janeiro a 21 de janeiro.
Em 2023, a taxa de ocupação nacional cresceu 7 p.p, ficando nos 68%. A única região a experimentar uma descida da taxa foi a R. A. Açores (-5 p.p. face a 2022), com as regiões do Algarve e do Alentejo a manterem a mesma taxa do ano anterior. Todavia, o Algarve foi a única região a não alcançar os valores pré-pandemia. As restantes regiões cresceram na taxa de ocupação.
Os hoteleiros, em geral, consideraram que a taxa de ocupação foi “melhor” ou “muito melhor” do que a de 2022, sendo que apenas 10% considerou que foi “pior”. 38% dos inquiridos dos Açores acha que a taxa foi “pior”.
Sobre o preço médio por quarto (ARR), todas as regiões registaram uma subida, com a média nacional a ser de 141 euros (+18%). Os crescimentos mais significativos registaram-se no Alentejo e nos Açores (29% e 25%, respetivamente).
Em relação à estada média nacional, manteve-se igual a 2022, nas três noites, com apenas três regiões a crescerem neste sentido: Açores, Madeira e Norte. As restantes regiões mantiveram a mesma estada média do ano anterior.
Ao nível do top 3 de mercados, a maioria dos hoteleiros continuou a apontar Portugal, 50% apontou Reino Unido e 47% apontou os EUA, o único mercado a registar um crescimento de incidência no top 3.
50% dos hoteleiros inquiridos consideraram que as receitas em 2023 foram “melhores” ou “muito melhores” do que o ano anterior, sendo que apenas 4% considerou que foram “piores”.
Para 93% dos hoteleiros, a Booking foi um dos top 3 canais de reservas, seguindo-se a preferência pelo website próprio (único canal a subir no top face a 2022).
2024 será “igual” ou “melhor” a 2023, mas instabilidade geopolítica e taxas de juro estão entre as preocupações
Para o novo ano, a maioria dos hoteleiros antecipa uma taxa de ocupação “igual” ou “melhor” do que a de 2023, com os Açores, Lisboa e Norte a esperarem um primeiro trimestre “pior” ou “igual”. No caso do Alentejo, espera-se um 2024 “melhor”.
Ao nível do preço médio, a maioria dos inquiridos espera uma subida, com os hoteleiros de Lisboa e Norte a preverem que seja “igual” ou “pior” do que 2023 no primeiro trimestre do ano. O Alentejo continua otimista e a Madeira e o Algarve esperam um 2024 igualmente bom.
Sobre as receitas, a maioria dos hoteleiros antecipam “melhores” resultados do que o ano passado, mas os inquiridos de Lisboa e Norte esperam um primeiro trimestre “pior” ou “igual”. As restantes regiões esperam mais receitas em 2024.
E nos mercados, Portugal continuará a ser incidência no top 3 da maior parte dos hoteleiros, seguindo-se o Reino Unido e os EUA. Todavia, a perspetiva de crescimento de mercados no top 3 será apenas para o americano, espanhol, francês e brasileiro.
Em relação aos desafios para 2024, 78% dos hoteleiros refere as guerras na Ucrânia e em Gaza, e 59% refere o aumento das taxas de juro. As preocupações seguintes prendem-se com a redução do número de voos e com a (in)capacidade do aeroporto de Lisboa.
Bernardo Trindade, presidente da AHP, referiu que para os hoteleiros de Lisboa, a questão do aeroporto é crucial. Só em 2023, o aeroporto recusou a entrada ao equivalente de mais de um milhão de lugares, devido à incapacidade da infraestrutura.
Por Diana Fonseca
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