A ANAV – Associação Nacional de Agências de Viagens esteve ontem, dia 12 de outubro, reunida com o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, com o objetivo de se apresentar e explicar o seu projeto para o próximo ano. No final desta reunião, Miguel Quintas, presidente da ANAV, explicou à Ambitur.pt que pretende com este encontro “garantir que as agências de viagens têm um peso mais relevante dentro do setor do turismo”, pelo que “estamos numa fase de conversações mas, seguramente, saiu algo daqui de muito produtivo”. O dirigente associativo adiantou ainda que “o SET acabou por conferir à ANAV não só o peso institucional que esta tem, pela dimensão que já tem em Portugal, mas acima de tudo, o alinhamento absoluto em todos os pontos que levantámos e o entendimento daquilo que a ANAV pretende fazer até ao final deste ano e ao longo de 2024”.
“estamos a trabalhar para garantir que existe um consenso muito alargado a nível nacional para que se possa instituir o verdadeiro Dia Nacional do Agente de Viagens e que este dia seja de todos”
Como prioridades, Miguel Quintas aponta para já a criação do Dia Nacional do Agente de Viagens, um tema que também foi abordado com Nuno Fazenda que defendeu a necessidade de “haver um consenso dentro do nosso setor”. Por isso, indica o presidente da ANAV, “estamos a trabalhar para garantir que existe um consenso muito alargado a nível nacional para que se possa instituir o verdadeiro Dia Nacional do Agente de Viagens e que este dia seja de todos”. Este é, frisa o responsável, o grande foco da ANAV neste momento, pretendendo fazer uma “mega festa nacional” para que a mentalidade do consumidor final mude e reconheça que, se quer comprar uma viagem, deve recorrer a um agente de viagens. “É fundamental estarmos presentes na cabeça do consumidor final e trabalharemos nesse sentido, para garantir a institucionalização das agências de viagens na mente dos consumidores finais”, sublinhou.
“É fundamental estarmos presentes na cabeça do consumidor final e trabalharemos nesse sentido, para garantir a institucionalização das agências de viagens na mente dos consumidores finais”
Miguel Quintas reconheceu que, neste momento, esta é também a maior dificuldade e desafio que o setor das agências de viagens tem pela frente, o de ganhar maior visibilidade junto do cliente final e de “criar uma noção de que este pode comprar a sua viagem junto de um agente de viagens e tem garantias de que tem um interlocutor, garantias de mecanismos de proteção, garantias de que é bem atendido e, acima de tudo, de que o serviço que é prestado está coberto, do princípio ao fim, por uma entidade idónea, que está validada”. E a verdade, alerta, “é que isso permite ter um valor acrescentado para o cliente final que hoje, possivelmente, não é percecionado”.
Outros desafios se impõem, relacionados por exemplo com a atividade financeira ou fiscal, onde a ANAV pretende trabalhar, em conjunto com a secretaria de Estado do Turismo e o Governo, no sentido de “garantir que as agências de viagens têm ferramentas para serem mais competitivas, para oferecerem melhores condições aos seus clientes finais mas, acima de tudo, que sejam entidades mais capazes de atender os clientes finais”, assegurou Miguel Quintas.
Por fim, o presidente da ANAV mostra-se otimista quanto ao ano de 2024, afirmando mesmo que o próprio Orçamento do Estado “prenuncia algum otimismo pois consideramos que há uma tentativa do próprio Governo no sentido de tentar disponibilizar maior liquidez às famílias”. Isso significa, no seu entender, que sendo hoje as viagens um serviço encarado como prioritário para os consumidores, leva a crer que “essa disponibilidade se vá reverter em mais viagens”. A exceção poderá ser a nível do corporate, admite, que será impactado pelo aumento das taxas de juro, mas, em geral, “a ANAV prevê que 2024 seja um ano bom para as nossas agências de viagens”.
Por Inês Gromicho