Embora 2021 não tenha sido o ano que muitos esperavam no que à retoma do turismo diz respeito, com o aparecimento da nova variante de Covid-19 e mais uma vaga da pandemia, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), afirma à Ambitur que as expectativas em relação a este setor são que este “seja um ano de viragem e que em 2023 já tenhamos números do turismo ao nível da pré-pandemia, ou seja, ao nível de 2019”.
É um facto que os empresários turísticos demonstraram uma forte resiliência ao longo destes tempos de pandemia e que as empresas da atividade turística se sabem adaptar aos novos desafios que enfrentam, e o dirigente associativo acredita que “assim continuará a ser”. E reforça: “Com os apoios devidos, com o seu espírito de trabalho, de adaptabilidade e de inovação, os empresários do turismo vão saber adaptar-se aos novos desafios do mercado, às novas necessidades dos clientes, aos desafios da sustentabilidade e da necessidade de garantir segurança aos consumidores, em todos os aspetos, incluindo a segurança sanitária”.
E, para este ano, a CTP aponta que o tecido empresarial turístico português deve ter como ambição “renascer e crescer”. A grande missão dos empresários deve ser mesmo, explica Francisco Calheiros, “voltar a crescer, depois das quebras provocadas pela pandemia, e fazer com que o turismo volte ao desempenho que estava a ter nos anos pré-pandemia”. Além disso, devem ter como pilares prioritários e essenciais nas estratégias de negócio que definem a sustentabilidade e o ambiente, mas o responsável assume que “os empresários do turismo estão conscientes dos impactos das questões ambientais no seu negócio”.
As prioridades do próximo Governo
Ambitur quis saber quais as prioridades apontadas pela CTP para quem ganhou estas eleições legislativas. Desde logo avançar com o novo aeroporto na região de Lisboa, levar a cabo a reforma fiscal que há muito o país necessita e realizar uma correta aplicação do PRR, além de fazer chegar às empresas os apoios de capitalização para fazer face às consequências da pandemia. ” Medidas que contribuem para criar as condições necessárias para que as empresas, nomeadamente as da atividade turística, possam investir, crescer e assim contribuir para o crescimento económico do país e para a criação de emprego”, resume o responsável.
A curto prazo, o presidente da CTP não tem dúvidas que é mesmo essencial fazer chegar às empresas os apoios necessários à sua capitalização, bem como tomar medidas para minimizar os impactos negativos dos custos de contexto, como é o caso da energia e dos combustíveis.
Já a médio e longo prazo, Francisco Calheiros é perentório: “avançar o mais rápido possível com o novo aeroporto da região de Lisboa e com a reforma fiscal”.