A direção do Turismo de Lisboa (ATL) apresentou os programas de promoção conjunta com as empresas da atividade turística da cidade, para o ano em curso. Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa que preside à direção da ATL, Carlos Moedas, destacou a verba direta dos empresários de 1,8 milhões de euros, num programa de investimento total que ronda os 6,1 milhões de euros. No seu discurso voltou ainda lamentar a atual situação do Aeroporto de Lisboa e a imagem que dá da cidade. Por seu turno, José Luís Arnault, presidente adjunto da ATL, desdramatiza o cenário do Aeroporto de Lisboa no próximo ano e a sua capacidade para receber novas ligações aéreas.
Para o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, “o turismo é central para nossa cidade e é central como prioridade para a Câmara Municipal de Lisboa, tanto para o público como para o privado, só todos juntos conseguiremos ter realmente um turismo diferente, um turismo que dê um contributo para todos os lisboetas, senão vamos criar uma fricção de certa forma social entre o turismo e aqueles que vivem na cidade”. Por outro lado, o responsável destaca que a capital do país tem de ter um turismo de atração de talento, ou seja, um turismo que traga para Lisboa a primeira ligação daqueles que um dia queiram ficar em Lisboa “e que são realmente um talento para a nossa cidade”. Carlos Moedas enfatiza que as cidades hoje têm um grande desafio, que é a atração do talento. Sendo assim, considera que o turismo tem de ser a âncora do talento “e essa é a ligação daquilo que estamos a falar, nesta ocasião, “ao nível do lado da oferta e da procura” turística.
No lado da oferta, o responsável destacou a abertura do Museu do Tesouro Real, em Lisboa, como um exemplo em que o turismo, através da taxa turística, deu uma contribuição de 30 milhões de euros para a cidade de Lisboa e para Portugal. Este é “um exemplo da narrativa do objetivo do turismo que é criar pontos de interesse, que conseguem diversificar a cidade com novos pontos de interesse que podem ser realmente “destinations”, pois as pessoas virão a Portugal para ver qualquer um destes museus”. Para o presidente da edilidade, a importância desta lógica é que se consiga utilizar as receitas turísticas para alavancar o que é a vida dos lisboetas.
Abordando o Plano de Promoção Conjunta com os privados na cidade, Carlos Moedas indica que “ temos de continuar a promoção e estes quase 6,2 milhões de euros demonstram a capacidade de continuarmos esta promoção contínua do turismo, sendo que 1,8 milhões de euros são de contribuição direta das empresas, o que demonstra a coordenação existente em Lisboa entre o setor público e privado”. Reforça o responsável que “precisamos de uma promoção que seja consistente, sólida do que queremos que seja o nosso turismo”.
Carlos Moedas destaca ainda que “temos (Lisboa) uma oportunidade única neste momento, sabemos que Lisboa está cada vez mais na moda, pelos rankings internacionais e referências em órgãos de comunicação social. Não podemos desaproveitar este momento e de uma vez por todas não podemos dar esta má imagem que está a acontecer hoje no Aeroporto de Lisboa, em que aqueles que chegam de fora da Europa ficam à espera durante horas. Sei que o Governo está a trabalhar para resolver a situação, mas ela tem que ser resolvida, senão todas as apresentações, conteúdos e promoção, não terão seguimento – quando as pessoas têm uma má impressão isso tem um efeito devastador”.
Por seu turno, José Luis Arnault, presidente adjunto da ATL, questionado sobre a possibilidade do aeroporto ter que recusar novas ligações aéreas no próximo ano, indica que “o turismo tem condicionamentos que resultam de toda a gestão do espaço aéreo europeu. Estamos a verificar nas capitais europeias um conjunto de redução de voos por condições de logística”. De acordo com o responsável, “acreditamos que Lisboa tem sempre capacidade de crescer, apesar das limitações objetivas que o Aeroporto Humberto Delgado tem. Vamos ver como as coisas vão funcionar”. Adianta ainda José Luis Arnault que “o Governo terá as suas ideias e perspetivas, mas é extemporâneo nesta fase estar a abordar esta questão”. Sendo assim, para o responsável, “este ano, que é o que importa, estamos todos a trabalhar para conseguir atingir os objetivos que nos propusemos. Estamos bastante bem a nível europeu, relativamente a 2019, os números mês a mês têm sido muito positivos. Há contingências internacionais a ter em conta no futuro, há um conjunto de limitações em aeroportos europeus que teremos que perceber como irão ser encarados no espaço da União Europeia. Vamos continuar a apostar num crescimento, este é o sinal e o caminho que queremos seguir”.