A China deverá “ultrapassar os Estados Unidos da América como a maior economia turística no mundo” até 2026, segundo as previsões da WTTC. Julia Simpson, presidente executiva do organismo, discursou na cerimónia de abertura do Fórum Global de economia e Turismo (GTEF) que decorre até sábado, dia 23, em Macau, e afirmou que a China irá representar um terço de todos os novos empregos gerados no setor do turismo a nível mundial.
A responsável recordou que já antes da pandemia a China era o principal mercado emissor de turistas do mundo, sendo responsável por 15% dos gastos de visitantes em países estrangeiros.
Por isso mesmo Zurab Pololikashvili, secretário-geral da OMT, sublinhou a importância da “reabertura da China, após estar fechada durante mais de 1000 dias”. Recorde-se que a China continental, que seguia a política zero covid, anunciou em meados de dezembro o cancelamento gradual da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições.
“O mundo inteiro estava à vossa espera”, disse Pololikashvili. “Tive a honra de ser o primeiro dirigente da ONU a visitar a China após a abertura a chegadas internacionais, em Hangzhou, no passado fevereiro”, acrescentou.
A cidade de Hangzhou, no leste do país, é o destino da única ligação direta entre Portugal e a China, que parte de Lisboa duas vezes por semana, operada pela companhia aérea chinesa Capital Airlines.
Apesar de ter encerrado as fronteiras devido à pandemia, a China foi ainda assim o país que atraiu mais investimento direto externo em turismo entre 2018 e 2022, representando 15% do total mundial, sublinhou Pololikashvili.
Na mesma cerimónia, a secretária-geral do GTEF, Pansy Ho Chiu-king, disse que o interesse no regresso do evento “mostra o quanto o mundo quer saber mais sobre o mercado [turístico] chinês e precisa do mercado chinês”.
Itália é o convidado de honra da edição deste ano do GTEF e a ministra do Turismo italiana revelou que o número de visitantes chineses que chegaram ao país entre janeiro e agosto cresceu seis vezes em comparação com igual período de 2022. Daniela Garnero Santanchè sublinhou ainda que os turistas chineses em Itália são em geral “mais jovens” do que antes do início da pandemia.
Na quarta-feira, o secretário de Estado de Turismo, Comércio e Serviços português disse que a China tem “um enorme potencial de crescimento do turismo na Europa e por conseguinte em Portugal”. Nuno Fazenda revelou que Portugal vai realizar uma ação de promoção turística, entre abril e maio do próximo ano, em “algumas das principais cidades chinesas, nomeadamente em Pequim, Xangai, Chengdu, Cantão e nas regiões de Macau e Hong Kong”.
O Governo português vai reforçar a presença na ITB China, feira da indústria do turismo dedicada exclusivamente ao mercado chinês, em Xangai, disse o governante português.