Empresas e profissionais começam já a tentar desenhar a realidade que o país (e o mundo) viverá no retomar gradual das atividades económicas. Ouvimos Francisco Teixeira, CEO da Melair Cruzeiros, partilha com a Ambitur algumas perspetivas sobre o que irá passar-se num futuro próximo.
O fator medo condicionará as viagens num curto prazo, ou será o inverso, depois de levantados os Estados de Emergência?
Penso que, com alguma naturalidade, haverá maior precaução e racionalidade no regresso às viagens, mas acredito que o fator mais determinante seja o grau de confiança do viajante nas medidas tomadas pelos locais a visitar/ frequentar. Existe também uma condicionante importante que definirá o comportamento do viajante, e que tem a ver com as medidas de segurança que venham a ser adotadas transversalmente pelas diversas componentes da viagem.
Como se pode tentar defender o produto e agregar valor?
O valor mais importante, e na minha opinião comum a todos os produtos, será conseguir tomar as medidas necessárias para garantir e conquistar a confiança do viajante. Mantendo-se a distância social como uma das medidas obrigatórias, será provavelmente um desafio na gestão das taxas de ocupação, mas também uma oportunidade de agregar valor ao produto, que será avaliada e apreciada pelo viajante.
Que papel terá o marketing/ comunicação no arranque da atividade turística?
Terá com certeza um papel muito importante, mas com sucesso condicionado às medidas de segurança que o produto venha a tomar. Iremos ter um viajante mais cauteloso e mais exigente, e na minha opinião, o marketing deverá desenvolver a sua comunicação numa linha mais direcionada para a área operacional, e menos da área comercial. Acredito que o viajante estará muito atento e disponível em conhecer as medidas de segurança do produto, e menos interessado nos pontos tradicionais, como por exemplo, a localização ou mesmo as áreas de lazer.