Desta vez a Ambitur.pt traz-lhe o “Day After” dos Hotéis e Turismo, pela experiência do Grupo Pestana e do My Story Hotels, partilhada numa iniciativa do Portugal Digital Summit’20, organizado pela Associação da Economia Digital (ACEPI). Os responsáveis consideram o futuro uma “incógnita” mas não deixam de olhar para ele com “otimismo” após as lições que retiveram com esta pandemia. Eis o dia seguinte dos Hotéis…
Pestana: “Vale a pena continuar a inovar”
A situação face à Covid-19 foi “muito particular” para o Grupo Pestana, com a “paragem quase completa” das suas unidades tanto em Portugal como no resto do mundo, começa por explicar Gonçalo Oliveira, membro do Comité Executivo e CIO do Grupo Pestana. Mas um dos maiores grupos hoteleiros do país não baixou braços e aproveitou esta pausa forçada para, além de “nos prepararmos para as exigências sanitárias na hotelaria”, também já “investir na preparação da futura retoma”.
Para o Grupo Pestana, a tecnologia foi “desde logo importante” no momento de preparar o encerramento das unidades: “Para dar o sinal de que estamos cá e vamos continuar” e, posteriormente, permitiu avisar os hóspedes com antecedência da sua reabertura. Junto dos colaboradores foi um “elemento agregador”, segundo Gonçalo Oliveira, porque “conseguimos preparar equipas muito experimentadas mas que nunca deviam passar por uma pandemia” ao adequar modelos operativos. O CIO resume que “conseguimos beneficiar muito da tecnologia para transmitir a confiança que acreditamos que deve chegar aos nossos clientes”.
Mas ainda “estamos a aprender” que “decisões que tínhamos tomado ontem, e que eram boas, podem ser revisitadas e alteradas”; que “vale a pena continuar a inovar, que decorre também da necessidade de adaptar” e que “devemos continuar a investir, vamos ser prudentes nesse investimento, mas essa cautela não deve ser confundida com ficarmos assustados”, reflete. Assim, “o Grupo Pestana olha com bastante otimismo para o futuro. Não sabemos é quando é que esse futuro chega”.
My Story Hotels: “Aprendemos a não dar nada como garantido”
Outro grupo hoteleiro, de menor dimensão, aprendeu a “não dar nada como garantido”, partilha pela sua experiência Alfredo Tavares, diretor de operações do My Story Hotels. Antes da pandemia, “as coisas estavam a correr muito bem” e, entretanto, tudo mudou rapidamente e “o mundo não estava preparado”. Na sua perspetiva, “as grandes empresas gerem-se bem quando estão em alta” e, nessa altura, talvez “não demos o devido valor aquilo que era uma exigência no controlo de custos”. Eis a primeira aprendizagem.
“Olho para o futuro como uma incógnita”, exprime o responsável do My Story Hotels. “Nós não podemos planear nada mais do que uma semana” e “aquilo que sempre aprendi que seria o planeamento neste momento não é nada disso”, mas antes “navegar à vista e perceber o que vai acontecer porque tudo muda de um dia para o outro”.
Para Alfredo Tavares, “não podemos estar à espera de uma vacina eternamente” pois “temos de nos preparar para viver com este vírus numa base diária e tentar adaptar a nossa vida a uma nova realidade”. E fazê-lo à escala global: “Não podemos ter regras diferentes em Portugal, Espanha e França, temos de ter regras gerais para todos e só aí ganhar a confiança para que as pessoas possam viajar”, conclui.