“Que futuro para o Turismo em Portugal” foi a questão colocada pela Iniciativa Liberal ontem, em debate, e o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, responde que a crise provocada pela pandemia, com forte incidência no setor, há de passar e quando isso acontecer é importante ter o “tecido empresarial vivo” e a “oferta instalada”.
No entanto, revela-se “preocupado” com o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) pois, se no início da pandemia, “o Governo esteve muito bem” com as medidas de apoio à economia, o lay-off simplificado, as moratórias fiscais e financeiras e as linhas específicas para o turismo, “a realidade é que passaram sete meses e as medidas estão esgotadas”, realça. O Governo, entretanto, apresentou uma ‘nova versão’ do lay-off mas as medidas do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), de capitalização das empresas, “tardam em sair do papel” de acordo com o presidente da CTP.
Francisco Calheiros argumenta, ainda, que a chamada ‘bazuca’ apresenta “condições muito específicas e programas controlados” pela Comissão Europeia e que chegará “no mínimo em julho do ano que vem”, isto é, daqui a nove meses. O responsável atenta que “os empresários estão numa situação que não aguentam muito mais”.
Em jeito de resumo, na sua opinião, “o que interessa é manter o tecido empresarial vivo, a oferta viva, para que quando isto passar a procura tenha agências de viagens, restaurantes, rent-a-cars, golfes, hotéis etc.” sendo que a alternativa é que as empresas fechem e “os colaboradores vão todos para o fundo de desemprego e vão ao défice”. Para Francisco Calheiros, “a opção é muito clara”.