Em janeiro de 2024, o setor do alojamento turístico registou 1,5 milhões de hóspedes e 3,5 milhões de dormidas, correspondendo a um crescimento de +1,8% nos hóspedes (+10,9% em dezembro) e a uma ligeira diminuição nas dormidas, o que acontece pela primeira vez desde o 2º trimestre de 2021 (-0,1% após +8,3% em dezembro), segundo os dados do INE.
O abrandamento do crescimento dos mercados externos acentuou-se (+1,2%, após +7,5% em dezembro), tendo sido registados 2,3 milhões de dormidas. As dormidas de residentes totalizaram 1,1 milhões, contrariando a trajetória de crescimento dos últimos três meses (-2,6%; +9,6% em dezembro).
Principais mercados com sinais de abrandamento em janeiro
Os 10 principais mercados emissores em janeiro representaram 73,1% do total de dormidas de não residentes neste mês, entre os quais se destaca o de maior peso, o mercado britânico (15,8% do total das dormidas de não residentes em janeiro), com um aumento de 6,0%.
As dormidas de hóspedes alemães (11,2% do total), o segundo principal mercado, cresceram 0,3% em janeiro. Seguiu-se o mercado espanhol, dando origem a 8,8% das dormidas de não residentes e registando o maior decréscimo (-12,2%) entre os 10 principais mercados emissores em janeiro.
No grupo dos 10 principais mercados emissores, destacaram-se ainda em janeiro os mercados polaco e irlandês (3,6% e 2,4% do total, respetivamente) pelos crescimentos mais expressivos, +25,2% e +17,5% face ao mesmo mês do ano anterior.
Península de Setúbal, RA Açores e Grande Lisboa registaram os maiores decréscimos
Em janeiro, os maiores aumentos de dormidas registaram-se no Oeste e Vale do Tejo (+18,7%), seguindo-se o Norte (+3,7%) e o Centro (+3,3%). Em sentido contrário, assinalam-se os decréscimos observados na Península de Setúbal (-9,7%), na RA Açores (-4,0%), na Grande Lisboa (-3,9%) e na RA Madeira (-3,1%). As regiões a concentrarem maior número de dormidas foram a Grande Lisboa (29,3%), o Norte (18,2%), a RA Madeira
(+16,8%) e o Algarve (16,4%).
As dormidas de residentes apresentaram, em janeiro, crescimentos no Oeste e Vale do Tejo (+11,3%), no Centro (+4,6%), no Norte (+2,5%) e no Alentejo (+2,3%), tendo decrescido nas restantes regiões. Os maiores decréscimos observaram-se na RA Madeira (-16,6%), na Grande Lisboa (-11,3%) e na RA Açores (-10,3%).
Em janeiro, as dormidas de não residentes cresceram de forma mais expressiva no Oeste e Vale do Tejo (+31,9%), na RA Açores (+6,3%) e no Norte (+4,7%). Os principais decréscimos observaram-se na Península de Setúbal (-13,4%) e na Grande Lisboa (-1,5%), tendo sido mais ligeiros na RA Madeira (-0,9%) e no Centro (-0,2%).
Estada média diminuiu
Em janeiro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,33 noites) diminuiu 1,9% (-2,3% em dezembro). O Oeste e Vale do Tejo e a RA Madeira registaram os maiores crescimentos neste indicador (+2,5% e +2,3%, respetivamente), enquanto na Península de Setúbal e na Grande Lisboa se observaram os decréscimos mais expressivos (-6,3% e -3,0%, respetivamente).
Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na RA Madeira (4,81 noites) e no Algarve (3,71 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,62 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,63 noites).
A estada média dos residentes (1,69 noites) diminuiu 1,6% e a dos não residentes (2,88 noites) decresceu 3,1%.
Em janeiro, a estada média dos não residentes foi mais longa do que a dos residentes em todas as regiões, tendo a RA Madeira registado as estadias médias mais prolongadas, quer dos residentes (2,62 noites) quer dos não residentes (5,44 noites). Para além da RA Madeira, as estadas médias observadas no Algarve (2,34 noites dos residentes e 4,34 noites dos não residentes) e na RA Açores (2,20 noites e 3,20 noites, pela mesma ordem)
também ficaram acima das estadas médias nacionais.
Taxas líquidas de ocupação diminuem
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (28,3%) diminuiu em janeiro (-1,3 p.p., após +0,9 p.p. em dezembro). O mesmo sucedeu com a taxa líquida de ocupação-quarto (36,1%), que registou um decréscimo 1,3 p.p. (+1,0 p.p. em dezembro).
Em janeiro, as taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (51,6%) e na Grande Lisboa (35,8%), enquanto as mais baixas se verificaram no Alentejo (17,5%) e no Oeste e Vale do Tejo (18,2%). Apenas o Oeste e Vale do Tejo registou um aumento neste indicador (+1,9 p.p.), tendo decrescido nas restantes regiões, com maior expressão na Grande Lisboa (-3,9 p.p.) e na Península de Setúbal (-2,9%).