O novo presidente do Conselho de Administração da SATA indigitado, Luís Rodrigues, admitiu ontem, numa audição parlamentar na cidade da Horta, nos Açores, que as medidas de reestruturação da empresa vão “doer”, refere a agência Lusa.
“A empresa tem uma série de problemas estruturais graves. O seu modelo de negócios não é sustentável”, reconheceu o novo administrador, ouvido pelos deputados da Comissão de Economia da Assembleia Regional, adiantando que, perante este cenário, são necessárias “medidas estruturais marcantes que, além de doer, vão demorar tempo”.
Quando questionado pelos deputados, Luís Rodrigues escusou-se a dizer se se referia aos trabalhadores do Grupo SATA ou eventualmente aos quadros intermédios da empresa, sendo certo que o Governo Regional já tinha anunciado que é preciso reduzir os custos com pessoal para apenas 18% do volume total de faturação da empresa.
O novo administrador falou também das contas da companhia aérea açoriana (que tem apresentado sucessivos resultados negativos), para dizer que é possível “equilibrar” os números, com base no crescimento do turismo, no aumento do poder de compra da classe média e no mercado da diáspora.
Luís Rodrigues, que já foi administrador da TAP, lembrou que só assumirá as funções de presidente do Grupo SATA em janeiro de 2020, mas que, até ao verão do próximo ano, terá de se deslocar frequentemente a Lisboa, devido a compromissos académicos. O novo presidente da SATA indigitado revelou também que a única imposição que colocou ao Governo, para aceitar o cargo, foi a de ter “carta branca” para escolher os restantes membros do Conselho de Administração, escusando-se, por outro lado, a revelar qual o vencimento que irá auferir nestas novas funções.
O novo administrador da SATA vai substituir no cargo António Luís Teixeira, que apresentou uma plano de reestruturação financeira da companhia aérea, que não terá sido aceite pelo Governo Regional, situação que terá originado a sua demissão.
De acordo com o relatório de contas do primeiro semestre de 2019, o Grupo SATA está a atravessar graves dificuldades económicas, registando prejuízos de 26,9 milhões de euros na SATA Internacional e de 6,6 milhões na SATA Air Açores, em apenas seis meses.