A Ambitur.pt continua a acompanhar o setor hoteleiro em Portugal e inova uma vez mais com uma nova rubrica. On the Job é o mote para trazermos aos nossos leitores as muitas e diferentes funções que se desempenham hoje neste setor turístico, perguntando a quem as exerce que competências são necessárias para ocupar esses cargos e que valor acrescentado traz aos hotéis. Hoje falamos com Diana Campos, Revenue Manager no Grupo The Lince Hotels.
O seu percurso iniciou-se na área da Gestão pois, na altura, não havia uma formação específica para a área de Revenue Management. Mas hoje orgulha-se de fazer parte do corpo docente da primeira pós-graduação em Revenue Management do país, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Instituto Politécnico do Porto.
Quando e como iniciou este cargo no grupo hoteleiro onde se encontra a trabalhar?
Iniciei funções de Revenue Manager no Grupo The Lince Hotels em julho, ou seja, além dos hotéis dos Açores – The Lince Azores e The Lince Nordeste – vim reforçar a equipa para a abertura do The Lince Santa Clara, a primeira unidade de 5* do Grupo, no segmento de luxo, em Vila do Conde.
Como é o seu dia-a-dia? Quais as funções e especificidades do seu cargo?
Mais do que gestão de tarifas com o intuito de maximizar receitas, as minhas funções enquanto Revenue Manager, incluem a análise de dados e participação na definição da estratégia de preços. Ou seja, esta análise permite identificar tendências e oportunidades e monitorizar a concorrência e os mercados. Desta feita, é preciso um acompanhamento próximo de todos os sistemas e plataformas, de forma a que estas auditorias constantes garantam que está tudo em conformidade bem como reportar resultados e recomendações de melhoria.
Está integrada ou lidera uma equipa? De quantos elementos e quem são?
Integro o departamento Comercial e Marketing, do qual faz parte a equipa de Central de Reservas, Sales, Grupos e Marketing.
Com que outras áreas/departamentos do grupo hoteleiro tem de trabalhar para que a sua função seja bem sucedida?
Para uma estratégia bem fundamentada e alinhada com os objetivos do Grupo é fundamental que o meu trabalho se desenvolva em estreita sintonia com os restantes elementos do departamento bem como com as equipas operacionais.
Que competências considera serem fundamentais para exercer este cargo?
Sem dúvida que uma forte capacidade analítica é fundamental, pensar os números e compreender o que eles nos estão a transmitir. Também é relevante um conhecimento profundo das unidades que se trabalha, a dinâmica e particularidades para tentar, ao máximo, antecipar todo o processo de venda e maximizar o valor percebido pelo cliente.
Teve alguma formação específica para exercer esta sua função? Qual a sua formação?
A formação na nesta área específica é relativamente recente, quando comecei a desempenhar funções a oferta era muito limitada pelo que não tive essa oportunidade.
O meu percurso académico começou em Gestão, na Faculdade de Economia do Porto. Avancei para o Mestrado nesta área a par da entrada no mercado de trabalho, em hotelaria. Com o desenrolar da evolução profissional e ambição de progressão na carreira, senti a necessidade de reforçar os conhecimentos académicos em hotelaria. Foi então que, na Pós-Graduação de Direção Hoteleira em Lisboa, tive o primeiro contacto com as técnicas e estratégias de Revenue Management.
Mais tarde integrei a RM hub, essencial para solidificar o meu papel enquanto Revenue Manager, dado ser uma empresa de espacializada em Revenue Management em que desenvolvíamos estratégias para um número considerável e versátil de unidades hoteleiras.
Felizmente a oferta académica em Portugal compreendeu a importância desta área e, orgulhosamente, faço parte do corpo docente da primeira Pós-Graduação em Revenue Management do país, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Instituto Politécnico do Porto.
Que mais-valias traz este cargo para o grupo hoteleiro onde trabalha?
Com entrada no Grupo The Lince tive a oportunidade de criar um departamento de Revenue Management de raiz, implementar as diferentes tecnologias e plataformas necessárias para a melhorar a performance estratégica.
Temos que gerir duas realidades bastante dispares, desde uma unidade com 18 anos no mercado dos Açores à abertura de uma unidade de 5* e esse torna-se um grande desafio.