“Portugal não pode perder competitividade no setor dos cruzeiros”, afirmou ontem Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, no webinar “Turismo de Cruzeiros em Portugal: os desafios que a pandemia trouxe e qual o futuro do setor”, organizado pela CLIA – Associação Internacional das Companhias de Cruzeiros. Com a retoma progressiva de um número cada vez maior de destinos para as atividades turísticos, frisou que o país não pode ficar para trás. O responsável reconheceu a “enorme importância” deste segmento da indústria turística, não só a nível de conectividade mas também de permitir a experiência do nosso país. E daí estar incluído no plano Reativar Turismo – Construir o Futuro, apresentado recentemente pelo Governo. E lembrou que, em 2019, os cruzeiros trouxeram 1,4 milhões de pessoas aos portos portugueses, sendo que deste total, 40% disse respeito à Madeira e outros 40% a Lisboa.
“Este setor tem procura”, garante Luís Araújo, que admite também que “ainda tem campo para crescer” e que “há ainda muito a fazer”. E, nesta medida, lembrou, por exemplo, que nenhum porto nacional tem ainda o Selo Clean & Safe, uma forma de “construir pontes” entre a saúde e o turismo. Além disso, acrescentou que é necessário ter um “plano eficaz de informação”, partilhar dados e saber que tipo de informação proporcionamos aos turistas para que tenham uma melhor experíência do destino e para que a população local se sinta segura. “É importante ter informação clara e simples, e este é o momento crucial para o fazermos”, alertou.
Ukko Metsola, diretor geral da CLIA Europa, adiantou, na sessão de abertura, que “temos comunicado com os Governos” e que a primeira prioridade foi sempre garantir a saúde e a segurança dos passageiros, tripulação e dos destinos. E explicou que os protocolos implementados desde o início transmitiram confiança.
Patrícia Bairrada, diretora de Marketing & Comercial da APRAM – Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira, lembrou que a Madeira foi um dos primeiros portos a abrir e, desde o início “queríamos estar preparados para tudo”. O porto do Funchal fechou no primeiro mês da pandemia e a APRAM percebeu que “precisávamos de começar quando os nossos parceiros estivessem prontos na região”. Para isso, tentou envolver a comunidade local e entidades do setor para a criação de um grande plano de gestão, um documento comercial que pudesse estar disponível para todos. E assim receberam o primeiro navio a outubro de 2020. A responsável lembra que houve também um trabalho com o aeroporto do Funchal, um dos primeiros a fazer testes à Covid-19 logo em junho de 2020, pois “queríamos ter os mesmos procedimentos”.