O Turismo de Portugal apresentou ontem, em Lisboa, o Programa Empresas Turismo 360, uma medida que está incluída no Plano Reativar o Turismo/ Construir o Futuro, apresentado em maio deste ano pelo Governo, e cujo objetivo é “acelerar a implementação dos fatores ambientais, sociais e de governanças nas empresas do setor do turismo”. Isso mesmo explicou Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, que sublinhou que “hoje mais do que nunca é essencial que as empresas se convertam a estes fatores”, o que conduz a uma nova visão: “maximizar a criação de valor para as empresas do setor”, algo que se faz com “o envolvimento dos colaboradores, clientes, fornecedores e a sociedade”.
Este programa está enquadrado já na estratégia lançada em 2017, uma altura em que foi proposto que “o turismo seria um hub para o desenvolvimento económico, social e ambiental em todo o território”, originando “destinos turísticos mais competitivos e sustentáveis”. O responsável pelo Turismo de Portugal enfatizou que “é este compromisso que reforçamos agora”, com o lançamento deste Programa Empresas Turismo 360, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (PDS) e alavancado no fator social da sustentabilidade, da governança e da proteção ambiental.
Os primeiros 19 parceiros deste programa passam por entidades bancárias, a CTP, a APEE, a Global Compact Network Portugal, a Euronext, a GoParity ou a Ordem dos Contabilistas Certificados. Mas o Turismo de Portugal quer ter duas mil empresas aderentes ao programa no prazo de um ano, precisamente na altura em que será atribuída a distinção Empresa Turismo 360, um selo que reconhece as empresas que demonstrem o seu compromisso com a sustentabilidade, em todas as suas vertentes, verificado por um Relatório de Sustentabilidade.
Entre os objetivos a que o Programa Empresas Turismo 360 se propõe está, por um lado, desafiar as empresas a incorporarem nas suas estratégias e operações os ODS, bem como compreender, medir e reconhecer o comportamento social e ambientalmente responsável do tecido empresarial português. Por outro lado, pretende fomentar modelos de negócio mais rentáveis com menor efeito ambiental e catalisar ações colaborativas ao longo de toda a escala de valor, pois não começa e acaba nas empresas, esclarece Luís Araújo, começa nos fornecedores e acaba no turista. Por fim, o projeto quer reunir os benefícios que decorrem da incorporação destes ODS e da construção de uma estratégia ESG (Environmental, Social and Corporate Governance).
O programa irá assim, numa primeira fase, definir e estabilizar um conjunto de indicadores essenciais para as empresas, para depois desenvolver um modelo de Relatório de Sustentabilidade que poderá ser adaptado por qualquer empresa turística. Além disso, trabalhará na capacitação das pessoas e das empresas e, numa última fase, no reconhecimento público do desempenho das empresas aderentes.
O presidente do Turismo de Portugal não tem dúvidas das vantagens que o Programa Empresas Turismo 360 têm para as empresas. Desde a capacitação a uma ferramenta de monitorização do desempenho que lhes vai permitir aumentar também a sua eficiência, passando ainda pela obtenção de um modelo de Relatório de Sustentabilidade adaptado às empresas do setor, pelo acesso a fontes de financiamento diversificadas (desde o crowdfunding ao acesso ao mercado de capitais ou incentivos comunitários), e pela divulgação institucional.
Luís Araújo realça que este “é um dos projetos mais ambiciosos a nível nacional de transformação das empresas do setor” e hoje, mais do que nunca, é fundamental para “aquilo que queremos do nosso setor, um setor líder”.