A United Investments Portugal (UIP) acredita que o mercado nacional tem muito para oferecer e por isso “queremos continuar a reforçar o portfólio da UIP Hospitality em Portugal”. Quem o diz é Thomas Schoen, Diretor Geral do Pine Cliffs Resort e CEO da UIP Hospitality, em declarações à Ambitur. A UIP integra o Al-Bahar Investment Group, que detém o Pine Cliffs Resort, o Sheraton Cascais Resort, a marca de Spa Serenity – The Art of Well Being e o Hyatt Regency Lisboa. É ainda acionista do YOTEL Hotel Group, que abriu recentemente uma unidade no Porto. Por isso, neste momento, as quatro grandes áreas geográficas de foco da UIP são o Algarve, Lisboa, Cascais e a Invicta. Mas o responsável reconhece que Portugal tem mais para oferecer e adianta que “estamos ativamente a analisar outras partes do país”. E. num esforço para continuar a diversificar “o nosso modelo de negócio”, a UIP pondera investir em alojamento para estudantes e para a terceira idade.
Thomas Schoen recorda que o Hyatt Regency Lisboa teve um arranque muito forte desde a sua abertura, em agosto de 2022. E lembra que o conceito de quartos com opção de estadias prolongadas e a possibilidade de partilhar um apartamento com família e amigos é inovador no mercado de cinco estrelas de em Lisboa, pelo que a UIP vai continuar a apostar nesta oferta única. Já o YOTEL Porto, recente na capital nortenha, está a ter “uma boa penetração no mercado e o nosso foco é reforçar ainda mais a notoriedade da marca e continuar a desenvolver as ofertas de F&B, especialmente abrindo um novo conceito de rooftop bar. A sustentar o crescimento da UIP está ainda a promoção dos recém-renovados quartos e do novo Serenity Spa do Sheraton Cascais. Por fim, o gestor explica que a aposta no Algarve é para prosseguir, proporcionando um leque diversificado de experiências para grupos, viajantes em família e clientes individuais. “O foco será manter as tarifas de 2022 e continuar a impulsionar o volume na estação intermédia”, frisa.
Thomas Schoen faz também um balanço do que foi 2022 para as unidades da UIP, embora não haja comparação para os novos YOTEL Porto e Hyatt Regency Lisboa. Mas garante que foi evidente “o impacto positivo destes dois hotéis quando analisamos os nossos resultados em termos de quota de mercado”. Quanto ao Sheraton Cascais, verificou-se que o primeiro trimestre do ano passado ainda foi influenciado pela renovação a nível dos quartos mas o responsável diz que resto do ano foi “muito forte comparado com antes da Covid”. Já o Pine Cliffs Resort, que comemorou o seu 30º aniversário em 2022, teve um “ano recorde”, impulsionado sobretudo pelos aumentos da ADR e por uma “forte procura do segmento de grupos após dois anos de viagens limitadas”.
Já para este ano, o CEO da UIP não tem dúvidas de que já se assiste a uma procura mais elevada face ao ano passado nos quatro destinos do grupo, com o Yotel Porto a mostrar um bom ritmo para o negócio de lazer. O Hyatt Regency Lisboa, por sua vez, está a tornar-se uma boa alternativa para o mercado corporate e das embaixadas, sobretudo no que diz respeito a estadias prolongadas, além de se evidenciar um grande interesse por parte de grupos. Thomas Schoen diz que o Sheraton Cascais tem “o equilíbrio certo” entre estadias longas, com contratos de aluguer superiores a três meses, e viajantes individuais de passagem por Cascais e Sintra. Acrescenta: “Também verificámos um aumento da procura de grupos para este destino”. Por fim, no Pine Cliffs Resort, o gestor aponta que um dos períodos mais importantes para as reservas de verão é agora e mostra-se satisfeito por verificar que o ritmo está a ser intenso. Nesta unidade, a UIP também denota bons resultados no negócio dos grupos repetentes. Além disso, lembra o responsável, houve uma aposta na expansão da oferta de experiências, com um mix de programas de bem-estar através da Serenity, aulas de fitness mas também a nova escola culinária MIMO Algarve, que tem gerado interesse em todas as idades. O grupo investiu ainda numa nova infraestrutura desportiva, a academia de futebol Pine Cliffs, com um campo de futebol profissional com as dimensões da FIFA e um espaço moderno para equipas profissionais e nacionais. Resumindo, diz, “assistimos a uma procura estável mas permanecemos muito realistas com um ambiente de negócio frágil devido à inflação elevada, ao impacto da guerra na Ucrânia e à pressão no mercado de trabalho”.
Por Inês Gromicho, publicado na edição 343 da Ambitur.