A Quinta do Martelo – Centro Etnográfico e Gastronómico, localizado na ilha Terceira, acaba de conquistar pelo 13º ano consecutivo o galardão Green Key. Trata-se de um prémio internacional que visa distinguir as boas práticas ambientais, nomeadamente as energéticas, as de educação ambiental na área do turismo sustentável, bem como a autenticidade sociocultural dos territórios de acolhimento e conservando a sua identidade cultural. Tem por objetivo, igualmente, a partilha equitativa dos benefícios socioculturais, designadamente ao nível de emprego estável e de qualidade.
Os objetivos do programa Green Key-Chave Verde são sensibilizar para a alteração de práticas e comportamentos entre os responsáveis, participantes e decisores do sector turístico (empresas, autoridades, clientes e comunidades locais) através da educação ambiental, envolvendo todos estes elementos na responsabilização pelo fenómeno do turismo sustentável.
O troféu Green Key é atribuído a empreendimentos que se preocupam com um melhor ambiente, destacando a tendência de garantir que o turista opte pela forma de atuação sustentável. Uma vez distinguidas, as unidades ficam obrigadas a melhorar ainda mais as condições pelas quais foram premiadas em edições anteriores. Neste capítulo, em que o regulamento do prémio é cada vez mais exigente, a Quinta do Martelo tem feito um esforço contínuo de melhorias, nomeadamente no que respeita às energias renováveis, mas pode-se melhorar muito mais, só que são investimentos avultados que carecem de apoios para a sua concretização.
Por último, o galardão pretende reconhecer as iniciativas de gestão ambiental de sucesso, como mais-valias no caminho para um turismo com um mínimo de pegada ecológica, em que o usufruto dos espaços galardoados seja feito em perfeita harmonia com as mais elementares regras de equilíbrio entre o meio ambiente e o Homem.
A Quinta do Martelo é pioneira, nos Açores, num percurso de defesa e valorização do turismo em espaço rural e de natureza, tendo, ao longo de quase três décadas, sido reconhecida, por várias instâncias nacionais e internacionais, como um caso de êxito na articulação entre a exploração comercial turística e a preservação rigorosa da tradição, do ambiente e da verdade cultural e etnográfica do meio em que nasceu e desenvolve a sua atividade.
Acresce que, de há longa data, este espaço tem apostado na produção de bens alimentares próprios, por meios de cultura biológica, utilizados na confeção dos pratos que são servidos no restaurante da quinta, naquilo que hoje se denomina no conceito internacional como “farm-to-table”. E isso inclui culturas desde pomares, leguminosas, tubérculos, plantas aromáticas e medicinais e variadas espécies de hortícolas, para confeção de pratos típicos. Foi esse trabalho, meticuloso e sem cedências, que valeu à Quinta do Martelo a conquista do primeiro prémio nacional “Horta do Chef”, na única edição deste troféu realizada em Portugal.