Portugal apresenta um património imobiliário público que diz muito acerca da identidade histórica, cultural e social do país. Foi com o objetivo de valorizar e dar a conhecer este ativo presente em todo o território nacional que o Governo criou o Programa REVIVE, abrindo o património ao investimento privado para o desenvolvimento de projetos turísticos. Imóveis abandonados e, muitas vezes, em ruínas ganham assim um novo propósito, funcionando como âncoras de atração às regiões, gerando riqueza e postos de trabalho. Ambitur falou com vários empresários que estão hoje a desenvolver alguns desses projetos. É o caso de Pedro Mesquita Sousa, CEO da MS Hotels, grupo ao qual foi atribuída a concessão do Mosteiro de Arouca.
O que levou a MS Hotels a optar por se candidatar ao concurso do Mosteiro de Arouca foi o potencial da natureza, a gastronomia, os Passadiços do Paiva e o facto de a autarquia mostrar desde logo interesse na dinamização do destino Arouca, explica Pedro Mesquita Sousa. A motivação foi pois “a ideia de um turismo diferenciado daquilo que é a nossa restante oferta nos centros das principais cidades do país. O responsável não tem dúvidas de que o projeto é essencial para a comunidade local “por ser, de longe, o mais impactante e o maior investimento turístico de Arouca, com a particularidade de se realizar no Mosteiro que é o maior símbolo da vila”. E o grupo hoteleiro tem procurado trabalhar com entidades locais e com a escola de turismo local, bem como fornecedores de bens da região.
No entanto, o CEO da MS Hotels admite que foram muitos os desafios encontrados para a execução deste projeto, já que se trata de um edifício classificado como património nacional tendo, por isso, muitas condicionantes no que toca à sua intervenção.
Recorde-se que se trata de um edifício do século XII que é património nacional e principal símbolo de Arouca, tendo sido construído no tempo da Rainha Santa Mafalda, filha de D. Sancho I, beatificada em 1793. Por isso é natural que a vertente histórica seja “essencial” para a exploração do imóvel, esclarece Pedro Mesquita Sousa. O objetivo é criar experiências como workshops de arqueologia, por exemplo, ou visitas virtuais “para proporcionar aos hóspedes sensações só possíveis num edifício com a história do mosteiro”.
O grupo MS Hotels abrirá o MS Collection Mosteiro de Arouca, de 5 estrelas, no verão de 2023, resultando de um investimento de cerca de seis milhões de euros na recuperação de um mosteiro do século XII. O hotel contará com 56 quartos, Spa, piscina interior e exterior, campo de padel, restaurante de autor e outros espaços de lazer.
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