A Ryanair veio criticar hoje a proposta da ANA no sentido de aumentar as taxas aeroportuárias até 18% a partir de 2024. Em comunicado divulgado à imprensa, a low-cost indica que a ANA “pretende aumentos excessivos e injustificados em Portugal, incluindo Lisboa (+18%), Porto (+13%), Faro (+12%), Açores (+8%) e Madeira (+9%), que terão um impacto altamente prejudicial sobre a conectividade de Portugal, o turismo e o emprego, sobretudo nas economias insulares”.
Para a companhia aérea, nada justifica estes “aumentos excessivos de preços sobre as já elevadas taxas aeroportuárias da ANA”. E acrescenta que os aeroportos portugueses precisam exatamente do oposto, especialmente os da Madeira e dos Açores, que dependem de taxas aeroportuárias reduzidas para impulsionar a conectividade e o turismo.
A Ryanair recorda ainda que já foi forçada a encerrar a sua base nos Açores devido a anteriores subidas de taxas por parte da ANA e, por isso, pede agora à ANA para que diminua as taxas aeroportuárias para impedir que o mesmo aconteça na Madeira, “garantindo que a conectividade aérea permanece sustentável nas regiões periféricas de Portugal”.
Além destes aumentos, a low-cost lembra também que existe uma ameaça adicional ao crescimento do turismo português sob a forma dos custos do regime de comércio de emissões da UE o qual, na sua opinião, “atinge injustamente os voos de curta distância”. O que significa que os turistas vão enfrentar custos mais altos quando visitarem a Madeira face a outros destinos de férias não europeus, podendo, explica a companhia, a ilha perder turistas a favor de destinos como Marrocos, Turquia e Jordânia.
Eddie Wilson, CEO da Ryanair, afirma: “Não há justificação para a ANA aumentar as taxas até 18% a partir de 2024. A concessionária aeroportuária apenas pretende taxas mais elevadas sobre taxas já elevadas, às custas do turismo, da conectividade e do emprego local em Portugal – especialmente nas regiões insulares mais periféricas, incluindo a Madeira e os Açores que dependem da conectividade para que as suas economias sobrevivam”. O responsável prossegue defendendo que a ANA devia “seguir os seus homólogos europeus e reduzir as taxas para ajudar a estimular o tráfego e o turismo”.