O CEO da Ryanair, Michael O’Leary, juntou-se ontem ao webinar “Haverá retoma sem transporte aéreo?”, organizado pela BDS e pelo Jornal Económico, durante o qual defendeu que a “velocidade” da recuperação dependerá muito das medidas de incentivo do Estado português aos aeroportos nacionais.
O responsável recordou que “uma grande proporção da economia portuguesa resulta do turismo” e que o desafio é “se a retoma será rápida e dramática ou lenta e ineficiente”. Michael O’Leary pede a eliminação da “estúpida” taxa ambiental de dois euros cobrada aos passageiros visto que “Portugal não pode ser o único país da Europa a propor aumentar taxas num momento em que a indústria do turismo precisa de recuperar” sendo que “mais nenhuma economia europeia está a falar em aumentar taxas nos próximos meses”.
Em seu entender, em vez do Estado português “estoirar” três mil milhões de euros a subsidiar a TAP, “que vai perder dinheiro de qualquer forma”, devia antes “colocar dinheiro nos aeroportos portugueses e baixar as suas taxas como incentivo” de forma a que “todas as companhias possam beneficiar”. O CEO defende ainda a redistribuição de slots que pertencem à TAP no Aeroporto de Lisboa a outras companhias, dado que a aérea nacional irá reduzir a sua frota em 20%.
Outra crítica de Michael O’Leary é o facto de já se andar a falar no Aeroporto do Montijo há cerca de cinco anos e ainda não “existir sinais dele”. O responsável pede que “abram o Montijo com urgência e voaremos para lá”.