A sustentabilidade e o turismo estiveram em debate na 3ª edição da Conferência Smart and Green Tourism, uma iniciativa da Ambitur e da Ambiente Magazine, em parceria com a Fundação AIP, que teve lugar no dia 1 de março, no âmbito da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).
No primeiro painel desta conferência, dedicado ao tema “E-Hotelaria no caminho da sustentabilidade”, o moderador, Gonçalo Rebelo de Almeida, consultor em hotelaria e turismo, esteve à conversa com quatro convidados que falaram da sua experiência no que diz respeito à questão da sustentabilidade no setor hoteleiro. Louise Lijmbach, area manager para Portugal da Booking.com, participou deste debate e deu conta do “gap” que existe atualmente entre aquilo que o cliente procura e o que encontra nas suas pesquisas. Não se trata aqui de não haver empresas hoteleiras que já implementem soluções sustentáveis mas sim de não estarem a passar essas informações aos potenciais hóspedes.
Numa análise recente feita pela Booking.com acerca das atitudes dos turistas, 76% dos inquiridos afirmaram querer fazer viagens mais sustentáveis nos próximos 12 meses, mas 40% revela não conseguir encontrar uma opção apelativa nas suas pesquisas. E embora 74% dos turistas inquiridos indiquem querer que as empresas apresentem as suas opções sustentáveis, 51% diz que não existem. Ou seja, explica Louise Lijmbach, “há uma falta de informação e de visibilidade”. E ao não conseguirem pesquisar uma experiência autêntica, aquilo que mais procuram, ficam sem saber se conseguem dar o retorno às comuniaddes locais, adiantou. O que significa que, por um lado, é positivo ver que o desafio hoje não é tanto que as empresas implementem soluções de sustentabilidade mas sim que tornem essas soluções visíveis. O moderador, Gonçalo Rebelo de Almeida, resumiu mesmo que “já começa a haver substância e há interesse do lado dos consumidores”, mas faltará agora “melhorar alguns mecanismos de comunicação.
A representante da Booking.com frisou, durante a conferência, que “sendo a Booking.com um dos líderes do setor do turismo, tem um papel muito importante de ajudar os hoteleiros a poderem oferecer estadias mais sustentáveis aos seus clientes”.
E foi nesse âmbitio que nasceu o programa “Travel Sustainable” com o intuito de “ajudarmos os nossos parceiros hoteleiros a mostrarem as implementações de práticas sustentáveis que têm em curso”. Neste programa, que contém cinco categorias principais – resíduos, energia e gases de efeito estufa, agua, apoio às comunidades locais e proteção da natureza – são inseridas 32 medidas ou práticas específicas de sustentabilidade que as unidades podem implementar, desde a eliminação do plástico de uso único à mudança para iluminação LED, passando ainda pelo recurso a fontes de energia 100% renováveis ou pelo investimento de uma determinada percentagem dos lucros na comunidade local e em projetos de conservação. Desta forma, a Booking.com está também a contribuir para dar maior visibilidade às medidas que os hotéis já têm em curso, ajudando a tornar todo o processo mais transparente.
Além deste programa, e sendo a sustentabilidade uma prioridade para a Booking.com, a empresa colabora ainda com várias organizações como o Global Sustainable Tourism Council (GSTC), a Travalyst, a Proteção Animal Mundial ou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), tendo também assinado a Declaração de Glasgow ou a Global Tourism Plastics Initiative. Sempre com o intuito de “educar os nossos parceiros”, refere a oradora. Mas também internamente a Booking.com conta com um departamento de práticas sustentáveis.
Por Inês Gromicho. Fotos @Raquel Wise.
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