A LATAM Airlines anunciou, em maio deste ano, a sua estratégia de sustentabilidade a longo, que procura promover o desenvolvimento social, ambiental e económico da região, trabalhando em colaboração na procura de soluções coletivas, cada vez mais ligadas às exigências e desejos das pessoas. Isso mesmo explica à Ambitur.pt Thibaud Morand, diretor-geral para a Europa da LATAM, que adianta que esta estratégia considera três pilares de trabalho: alterações climáticas, valor partilhado e economia circular. Abrange ainda o compromisso com objetivos concretos como a eliminação de plásticos de utilização única até 2023, gerando zero resíduos para aterro até 2027 e compensando 50% das emissões domésticas até 2030. “Um dos nossos principais eixos é trabalhar na conservação e reabilitação de ecossistemas icónicos na região e alcançar a neutralidade de carbono até 2050”, afiança o responsável.
Mas a verdade é que embora a estratégia só tenha sido apresentada este ano, a companhia aérea brasileira já trabalha esta área há vários anos. E o responsável assegura que todas as ações e decisões da LATAM se baseiam nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e respondem a necessidades climáticas, sociais e de saúde, entre outras.
Como tal, a companhia tem vindo a acrescentar práticas que tornam a sua operação mais eficiente. É o caso do programa de Eficiência Energética, implementado em 2021, que aumentou a eficiência do grupo em 6,52%. E em 2019 foram poupados mais de 229 milhões de litros de combustível o que, juntamente com a modernização da frota com a compra de aviões da família A320neo, tem levado à redução das emissões em 20% por unidade.
Para alcançar a neutralidade carbónica até 2050, Thibaud Morand reconhece que é fundamental ter tecnologia e novos combustíveis, que só ficarão disponíveis na próxima década. “Estamos a trabalhar com fabricantes de aviões e a indústria energética para disponibilizar estas soluções o mais rapidamente possível”, garante. Até porque, “as provas mostram que não temos esses anos para esperar que as soluções cheguem”. E adianta que é importante não esquecer que a América do Sul tem a maior biodiversidade do mundo, acolhendo um terço das reservas mundiais de água doce, 40% das espécies do planeta e seis dos 10 países com maior biodiversidade.
A sustentabilidade é pois essencial e hoje o diretor-geral da companhia aérea admite que “estamos a elaborar um roteiro com objetivos para 2023, 2027 e 2050”, cujas linhas de ação foram elaboradas em conjunto com peritos e organizações ambientais de todo o continente, envolvendo um investimento aproximado de 100 milhões de dólares ao longo de 10 anos. Entre elas incluem-se a redução das emissões através da incorporação de combustíveis sustentáveis e novas tecnologias de aviação que deverão estar disponíveis a partir de 2040; a compensação de 50% das operações domésticas até 2030 e neutras em carbono até 2050; e um esquema de compensação de clientes a ser igualado pelo grupo através de um esquema 1+1.
Thibaud Morand admite que o período da pandemia tem sido complexo para a empresa e os seus colaboradores mas possibilitou concluir que “o nosso papel deveria ir além das operações de uma companhia aérea”. O responsável não hesita em afirmar que “A LATAM teve de assumir a responsabilidade e decidimos contribuir para um lugar diferente, colocando a sustentabilidade no centro da nossa estratégia empresarial”.