A TAP apresentou hoje os seus resultados do terceiro trimestre e acumulados a 30 de setembro de 2022. Christine Ourmières-Widener, CEO da companhia aérea, afirma que a “TAP está a recuperar mais depressa do que a maioria dos concorrentes, com receitas fortes no terceiro trimestre”, explicando que é uma recuperação mais rápida “na capacidade, no tráfego e nas receitas por passageiro, que se mantêm em alta, acima de 2019”. “Os resultados são muito bons financeiramente”, frisa a gestora.
As receitas operacionais trimestrais atingiram assim 1,1 mil milhões de euros no período de julho a setembro, excedendo os níveis pré-crise em 7,5%, impulsionadas por melhores load factor e tarifas mais elevadas. Isso mesmo deu conta Gonçalo Pires, CFO da TAP, que adianta que “continuamos com tendência de recuperar a capacidade mas ainda estamos 12% a 13% abaixo da capacidade que tínhamos em 2019”. Nos primeiros nove meses do ano, a companhia aérea voou 10 milhões de passageiros (abaixo dos 13 milhões registados em igual período de 2019), mas “com menos capacidade, conseguimos fazer mais receita”, explica o responsável. O valor recorde das receitas do terceiro trimestre surge quando a transportadora conta com menos aviões (em 2019 eram 105 e, este ano, até 96 aeronaves). Na receita unitária, o resultado surge 23% acima do terceiro trimestre de 2019, “muito graças à performance em load factor e yields”, refere Gonçalo Pires. “Estamos a voar com menos aviões mas mais cheios e a melhores preços”, justifica, dizendo que isso resulta na capacidade de gerar receita e margem.
Nestes nove meses de 2022, a TAP demonstrou também uma boa performance de custos e o CFO da companhia recorda que “um pilar do plano de reestruturação é termos uma TAP mais eficiente e com melhores margens”. O gestor esclarece que a subida do preço do petróleo “tem impacto nas nossas contas”, e os custos unitários sem petróleo revelam uma performance 6% melhor do que em igual período de 2019. “Estamos a conseguir cumprir o plano mas a fazer melhor do que o plano”, assegura.
O EBITDA recorrente foi de 280,1 milhões de euros e o EBIT recorrente de 152,7 milhões de euros, ambos acima dos níveis pré-crise, isto apesar dos aumentos dos custos com combustível.
Mas “ainda não é suficiente”, admite Gonçalo Pires pois, mesmo com resultados financeiros recorde, o resultado líquido ainda é negativo nos nove meses, “muito por culpa da nossa dívida e do peso dos juros da nossa dívida”.
O número de passageiros transportados duplicou no terceiro trimestre face a igual período de 2021, atingindo 85% dos níveis de igual período de 2019. Durante este período, a TAP operou uma vez e meia o número de voos do terceiro trimestre do ano passado, ou 81% das partidas do mesmo período de 2019.
Para os próximos três meses, Christine Ourmières-Widener diz que comparando as reservas de outubro deste ano com outubro de 2019, “estão ainda melhores”, mostrando que a procura para o quarto trimestre de 2022 continua forte. Mas adianta que “temos de ser muito prudentes”, devido à incerteza da atual conjuntura. E explica que, os próximos passos são “levar a cabo discussões produtivas com os nossos parceiros laborais para a criação de Acordos Coletivos de Trabalho mais modernos, melhorar as nossas operações e a qualidade do nosso serviço com o envolvimento de todos os stakeholders, a constante negociação de todos os nossos contratos com terceiros e a cuidada preparação do próximo ano”. Em termos de estratégia de frota para 2023, a CEO da TAP afirma que o objetivo é “atingir maior fiabilidade operacional e melhorar a experiência do cliente”, assegurando que “vamos continuar a crescer em capacidade em 2023”.