No ano em que a Ambitur comemora o seu 32º aniversário, e quando as empresas do setor do turismo conseguiram finalmente “respirar” depois das ondas negras que a pandemia trouxe a nível global, quisemos ouvir os Conselheiros Ambitur, assim como a secretária de Estado do Turismo (em funções na altura da realização deste trabalho) e o presidente do Turismo de Portugal, sobre o que nos pode esperar nos próximos tempos. Que desafios se levantam na próxima década e que resultados deve o turismo ambicionar, quais os grandes objetivos e estratégias a ter em mente e que temas estruturais importa resolver? Foi a estas questões que procuraram responder. O horizonte não se assemelha tão risonho como as empresas turísticas ou os organismos que tutelam o setor gostariam e muitos são os fatores que provocam incerteza e dúvidas sobre o futuro. Como perspetivam então este novo turismo que temos pela frente? Leia hoje o que nos diz José Lopes, diretor da easyJet Portugal e Conselheiro Ambitur.
Saídos de uma pandemia, que teve efeitos nefastos para o setor turístico e aeronáutico internacional, é tempo de os vários players do setor unirem esforços rumo à recuperação, tentando aproveitar a reabertura das economias e um desejo redobrado para retomar a vida normal. Sabemos que Portugal continua a destacar-se entre os países do Sul da Europa como um destino ideal para short breaks e escapadinhas, e que continuará a fazer um caminho interessante na conquista de novos públicos e manutenção do interesse dos públicos tradicionais, como o Reino Unido, Espanha ou França. A vitalidade do mercado português é bastante notória após a pandemia e está em franca recuperação.
Estamos conscientes de que a conquista e fidelização de mais turistas, com infraestruturas que possam comportar e acompanhar este crescimento, é fundamental para os próximos anos.
Estamos conscientes de que a conquista e fidelização de mais turistas, com infraestruturas que possam comportar e acompanhar este crescimento, é fundamental para os próximos anos. Da mesma forma, devemos ser capazes enquanto setor de saber antecipar as exigências e necessidades dos turistas, de forma responsável e sustentável. E, na área da sustentabilidade os desafios e as oportunidades para fazer melhor são grandes.
O Turismo português deve assumir como sua a bandeira da sustentabilidade, com respostas e soluções eficazes, para que possamos ter um turismo mais limpo e responsável.
O Turismo português deve assumir como sua a bandeira da sustentabilidade, com respostas e soluções eficazes, para que possamos ter um turismo mais limpo e responsável. A easyJet tem feito o seu caminho nesta direção e a sustentabilidade também está cada vez mais presente nas nossas operações.
Sabemos que os desafios são muitos e queremos dar o nosso exemplo para uma indústria 100% limpa. Também por isso, apelamos ao Turismo e aos governos para que apoiem o desenvolvimento da tecnologia de emissão de carbono zero. Os apelos da aviação devem estar na mesa dos governantes para que mais turistas possam chegar a Portugal e mais portugueses possam viajar para fora. Conectar a Europa e o Mundo nunca foi tão importante e poder fazê-lo de forma sustentável é imperativo para o futuro.
Em Portugal, devemos ter infraestruturas aeroportuárias e terrestres que sirvam todo o território e acompanhem o crescimento do turismo que ambicionamos para o país.
Não é só. Em Portugal, devemos ter infraestruturas aeroportuárias e terrestres que sirvam todo o território e acompanhem o crescimento do turismo que ambicionamos para o país. É importante que as entidades competentes, como é o caso da ANA e da NAV, acelerem o processo de investimento nestas infraestruturas para que a aviação e a economia portuguesa continuem a crescer.
Enquanto uma das companhias aéreas mais importantes para Portugal e para Lisboa, a easyJet espera que os decisores incluam as companhias de aviação no processo de discussão e decisão que envolva a criação de um novo projeto aeroportuário para a região de Lisboa, uma vez que são as companhias quem operará na solução encontrada.
O futuro do turismo deve fazer parte de uma estratégia integrada que envolva governantes, hoteleiros e a aviação e que permita identificar as reais necessidades do setor para uma resposta unificada e que permita afirmar o destino Portugal lá fora para turistas e investidores.
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