Após dois dias de congresso, a ADHP – Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal lança as conclusões do seu XIV Congresso Nacional. Esta iniciativa decorreu no Nau Salgados Palace, em Albufeira, engtre 15 e 16 de março, com o objetivo debater os grandes desafios para estes profissionais a curto, médio e longo prazo.
Entre os temas em debate destacaram-se políticas de recursos humanos sob o mote “Melhor gestão do potencial humano – mais rentabilidade, maior retenção de talentos”, “O Regulamento Geral de Proteção de Dados – Ameaça ou Oportunidade?”, ou ainda “A Economia, o Turismo e o Futuro”.
O painel sobre Recursos Humanos salientou a criação de 53 mil novos postos de trabalho em 2017, representando 6,3% da população ativa em Portugal. Como tal, terá que existir uma preocupação do setor em atrair novos talentos e mão-de-obra qualificada, uma vez que já é possível notar alguma escassez, especialmente na zona do Algarve. Para David Dale, diretor internacional da Investor In People “os diretores devem liderar, fazer crescer e ser o suporte dos seus colaboradores”. Já Vera Champagne, do Instituto Internacional de Administração Hoteleira Les Roches, usou a analogia de que “os colaboradores são como os girassóis” para sublinhar que os jovens irão escolher as empresas que, para além do emprego, invistam no seu crescimento e no seu desenvolvimento.
No painel sobre a proteção de dados foram debatidos os requisitos mínimos de segurança a ser implementados, identificação dos principais riscos ao nível dos lucros, reputação, perda de dados pessoais e coimas do regulador. Apesar da constatação de que a tecnologia evolui de forma mais célere que as medidas de proteção, é consensual que mais do que uma ameaça, a nova regulamentação deve ser vista como uma oportunidade para conhecer dados e informações, saber onde os mesmos estão alocados, mas também melhorar processos internos.
Foram ainda abordadas as principais tendências do setor no painel “Economia, Turismo e Futuro”, quer ao nível dos turistas/viajantes, quer ao nível dos profissionais de hotelaria. Apesar de várias incertezas derivadas da mudança social constante, foi possível prever um crescimento exponencial no interesse por “experiências reais”, no conhecimento pela cultura e modos de vida de outros povos, ao mesmo tempo que há uma crescente procura, especialmente das gerações mais novas (gerações Y e Z), pela tecnologização dos serviços, sobretudo através de aplicações móveis que possam agregar as informações e serviços a ser prestados pelas unidades e agentes hoteleiros. Por esse motivo, os hotéis e agentes devem oferecer, cada vez mais, pacotes personalizados aos interesses dos seus clientes e fazer uso de Big Data Analysis e dos mais diversificados canais digitais para promoção dos seus serviços e produtos e, ao mesmo tempo, desenvolverem relações duradouras e de confiança, fidelizando novos consumidores.
No encerramento do Congresso, Raul Ribeiro Ferreira mostrou-se muito satisfeito: “O Congresso da ADHP, assim como os Prémios, são, para os Diretores de Hotel, um momento de encontro e de reconhecimento do seu trabalho e também de análise e debate sobre os desafios que temos que enfrentar. O grande desafio para 2018 está relacionado com os recursos humanos, como tem sido amplamente reconhecido: as baixas remunerações aliadas à falta de carreiras profissionais reconhecidas e consequente dificuldade na construção de carreiras dificulta a retenção de profissionais qualificados. Este e outros temas foram debatidos durante dois dias de intensa atividade e partilha.”
*Legenda da fotografia (da esquerda para direita): Raul Ribeiro Ferreira, presidente da Direção da ADHP; Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve; Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo; João Carlos Martins Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira; Carlos Abade, conselho diretivo do Turismo de Portugal.