Nesta quarta-feira, 12 de julho, Carla Salsinha tomou posse como nova presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, junto dos restantes novos órgãos sociais, incluindo Vítor Jorge da Costa, presidente da Mesa da Assembleia Geral.
Depois das eleições da única lista candidata, a 29 de junho, a tomada de posse decorreu na sede da entidade, com a presença do secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, que felicitou a nova responsável, afirmando ser um “momento histórico” por ser a “primeira vez que uma mulher está à frente de uma entidade regional do país”.
Além disso, Nuno Fazenda aproveitou o momento de discurso para falar da dimensão do turismo em Portugal, a par das áreas do comércio e serviços, que acabam por estar “intrinsecamente ligadas”, e dos bons resultados de 2022, que “superaram as receitas turísticas de 2019”: “queremos crescer melhor e crescer melhor é crescer com sustentabilidade e em todo o território e ao longo de todo o ano”, desafios até comuns aos que foram apresentados pela Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa.
“Há muita coisa para fazer” e existem “dois grandes problemas na região”, afirmou Vítor Jorge da Costa, referindo-se à turistificação (excesso de turismo) que conjuga “uma visão elitista com posições por vezes xenófobas e com uma mórbida tendência para desvalorizar aquilo que funciona”- um “debate difícil que “contamina setores da nossa sociedade e influencia decisões políticas”, como o caso do Alojamento Local.
A isto acresce a questão do novo aeroporto da região de Lisboa, “cuja discussão se prolonga há quase 50 anos”, ponto que Carla Salsinha também apontou como desafio da entidade, evidenciando a urgência de uma decisão.
Mas outros desafios ficam em cima da mesa:
- “A continuidade deste crescimento progressivo e sustentado em termos nacionais enquanto região de turismo”;
- “Através das suas áreas de forte atração turística permitir e ajudar a que os municípios com uma oferta menos divulgada ou menos desenvolvida sejam impulsionados”;
- “Criar uma oferta de produtos e programas turísticos que sejam aglutinadores da região permitindo que o turista através dessa diversidade permaneça mais tempo na região e obviamente potencie mais receitas – a média de estadia na região não atinge os três dias, número seguramente a superar”;
- “Um trabalho mais próximo e consistente com e entre os diferentes municípios no objetivo de encontrar esses produtos e ajudar na requalificação e promoção dos já existentes”;
- “Um trabalho mais próximo entre os diferentes operadores privados. Quanto maior for a ligação a interação entre operadores, a definição de uma estratégia e uma aposta concertada, melhor será a oferta que os privados poderão oferecer impulsionando deste modo o crescimento da região”.
Por Diana Fonseca
Carla Salsinha toma posse como presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa