O XX Congresso da ADHP (Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal) arrancou esta quinta-feira, 21 de março, no Centro de Congressos de Aveiro.
Na sessão de abertura, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, ressaltou a situação atual do país, tendo em conta a instabilidade política que culminou em novas eleições legislativas.
Face a isto, “para uma melhor performance dos hotéis em particular e do Turismo em geral, é necessário que sejam tomadas medidas estruturais, a começar pela mobilidade. Continuamos à espera de um novo aeroporto e já não é possível esperar mais. O Turismo e todo o país exigem que a decisão sobre a localização do novo aeroporto seja uma prioridade absoluta do novo Governo. Esta é uma decisão política, é uma decisão exclusiva do Governo”, frisou o presidente da CTP.
Assim, as prioridades para o novo Governo devem ser a decisão da localização do novo aeroporto de Lisboa, a privatização da TAP, o investimento na ferrovia, os apoios à consolidação e internacionalização das empresas, uma reforma fiscal para as empresas e, por fim, mas não menos importante, na visão de Francisco Calheiros, a criação de um Ministério para o Turismo ou “no mínimo” uma Secretaria de Estado exclusiva ao setor.
Mesmo assim, o responsável destacou os bons resultados do Turismo em 2023, que deverão continuar em 2024: “a avaliar pelos dados disponíveis para a Páscoa, podemos mesmo esperar um bom ano turístico”.
“É certo que as tarifas subiram, por causa da inflação e do aumento dos custos para as empresas, mas isto não demoveu os turistas, sobretudo os portugueses e espanhóis. Por isso, as reservas para o fim de semana pascal estão em alta, com a hotelaria a apontar para ocupações entre os 80% e os 100%”, acrescentou ainda.
No entanto, a resiliência da Hotelaria e dos diretores de hotéis deve continuar face a questões que ainda carecem de desenvolvimento, como a falta de mão de obra, a digitalização, a carga fiscal, a sustentabilidade e a mobilidade.
“O futuro do Turismo e da hotelaria depende de muitas destas decisões políticas, mas requere também uma combinação entre a inovação tecnológica, a resposta às mudanças nas preferências dos consumidores, assim como preocupações com a sustentabilidade e segurança”, afirmou Francisco Calheiros, terminando o seu discurso a dizer estar certo de que “todos estamos capacitados para nos adaptarmos à mudança e enfrentar os enormes desafios que temos pela frente”.
Por Diana Fonseca, no Congresso da ADHP, em Aveiro
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