A Ambitur continua a aumentar o leque de Conselheiros que partilham connosco as suas opiniões e perspetivas sobre o setor do turismo e a atualidade. José Luís Arnaut, presidente-adjunto da Associação Turismo de Lisboa, é o mais recente Conselheiro Ambitur, e deixa-nos a sua visão sobre alguns temas.
Continuará o turismo a ser uma alavanca de toda a atividade económica do país, assim que passar o pico da atual pandemia, porquê?
O turismo tem condições para se manter como uma relevante alavanca: a atratividade do país será mantida, as bases foram lançadas, já provámos que somos interessantes e competitivos, e os melhores projetos continuarão a desenvolver-se e a merecer confiança de quem nos visita. Alguns projetos terão que se reinventar e, como em todas as grandes mudanças, há novas variáveis: a questão da segurança e da sustentabilidade vão ganhar mais espaço e mais depressa, mas é um caminho que aconteceria de qualquer forma.
Deve o Governo ter uma especial atenção com a situação económica do tecido empresarial turístico nacional? De que formas poderia participar na dinamização das empresas?
Manter as medidas que possam servir de alívio financeiro aos projetos sustentáveis, sabendo que a criação de novos projetos no futuro seria mais onerosa. Deve manter uma postura de monitorização regular e ter perspicácia para ajustar as medidas se necessário, em diálogo estreito com os stakeholders. Mais do que nunca é do trabalho de equipa e colaboração que podem surgir as melhores respostas. Deve manter-se atento a tendências noutros mercados e ser rápido a “igualar” as condições de atratividade e competitividade.
Importante é preservar, pelo menos, uma boa parte do tecido empresarial existente, para aquando da futura retoma podermos ter empresas e empresários que a possam potenciar, pois o pior que nos poderia acontecer era o nosso tecido empresarial estar falido ou desativado aquando da retoma.
No âmbito do contexto desafiante em que nos encontramos, a que oportunidades devem os gestores estar atentos? Apesar da necessidade de mitigar os efeitos da crise, deve-se começar a olhar para o futuro?
Sim, com a capacidade de observar e reagir muito depressa, sendo capaz de dispensar o supérfluo e estabilizar as bases. Novas formas de desenvolver negócio com os ativos atuais, agilidade e capacidade de adaptação serão fatores críticos de sucesso.
Nota: A Ambitur conta, desde março de 2020, com um conjunto de Conselheiros que partilham connosco as suas visões sobre questões da atualidade no setor do Turismo. Os nossos Conselheiros Ambitur são, neste momento: Jorge Rebelo de Almeida (CEO da Vila Galé), José Theotónio ( presidente da comissão executiva do Pestana Hotel Group), Manuel Proença (presidente do Grupo Hoti Hotéis), Miguel Quintas (CEO do Consolidador.com), Frédéric Frère (CEO da Travelstore), Vítor Filipe (presidente da TQ Travel Quality e ex-presidente da APAVT), Raul Martins (presidente da AHP e do conselho de administração do Grupo Altis), Francisco Teixeira (CEO da Melair Cruzeiros), Luís Alves de Sousa (sócio gerente do Hotel Britania e ex-presidente da AHP), Bernardo Trindade (administrador do PortoBay Hotels & Resorts e ex-secretário de Estado do Turismo), José Lopes (diretor da easyJet em Portugal), Eduardo Jesus (secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira), Francisco Pita (CCO ANA Aeroportos) e José Luís Arnaut (presidente-adjunto da Associação Turismo de Lisboa). Em breve irão juntar-se a este painel mais um conjunto seleto de Conselheiros.