Como em Portugal, assim no Brasil, Jorge Rebelo de Almeida, presidente da Vila Galé, durante a conferência de imprensa que juntou órgãos de comunicação social portugueses e brasileiros, falou no papel que o turismo pode ter no desenvolvimento da economia de um país. No âmbito da inauguração da oitava unidade no país, o responsável salienta que “não dá para acreditar que este país só recebe seis milhões de turistas”.
Para Jorge Rebelo de Almeida, nos tempos que correm o Brasil tem uma perspetiva complicada e indefinida. “Eu defendo o mesmo aqui, como em Portugal; em tempo de crise e dificuldades a única solução para melhorar é continuar a fazer coisas. Se possível mais e melhor. Nós temos feito isso”, indica, acrescentando que “a nossa aposta é continuar a investir no Brasil”.
Mas o responsável também alerta: “O país precisa de alguém que permita que a economia funcione, pois tem uma classe empresarial forte e empreendedora, mas as dificuldades burocráticas e tributárias são muitas. O Brasil precisa de grandes reformas”. Para o responsável, o turismo é a atividade que poderia ser o motor do desenvolvimento económico do país. Pois “não dá para acreditar que o país só recebe seis milhões de turistas”, acrescenta.
De acordo com o interlocutor, o Brasil tem condições para atrair mais turistas internacionais, para isso tem que se criar diferenciação e apostar na sua identidade cultural, que pode dar cartas nesta vertente, “pois é aquilo que o torna genuíno”.
No que diz respeito ao turismo e às reformas necessárias, Jorge Rebelo de Almeida destaca que uma das prioridades relaciona-se com o transporte aéreo. “Sem transporte aéreo não há turismo e o Brasil necessita de ter transporte aéreo mais barato e eficiente”, acrescenta. Se é verdade que o país tem melhorado alguma coisa, nesta área, com o aparecimento de novas companhias, gerando alguma competição, também o é que ainda não chega, considera o responsável. “Ao nível internacional os voos são poucos. Para haver turismo é necessário haver transporte aéreo. Precisamos de ir buscar turistas aos países limítrofes. O Brasil pode dar um salto de desenvolvimento muito grande se criar condições para isso”, considera o empresário. Mas é preciso ir mais além. Jorge Rebelo de Almeida indica também que “é necessário olhar para além dos resorts, é necessário a criação de pólos de desenvolvimento turísticos. Veja-se o exemplo do México, que atuou desta forma ao nível da limpeza e segurança”.
Jorge Rebelo de Almeida insiste que “não me conformo com os indicadores que o país apresenta ao nível turístico de hóspedes internacionais. A Vila Galé, nos seus primeiros anos no Brasil, tinha 70% de hóspedes do mercado nacional, este ano as contas apontam para 92%”.
Por fim, o responsável considera que “temos também de saber gerir a imagem dos problemas que temos”, por outro lado “A promoção turística deve ser focada nos países limítrofes e naqueles para o qual o país tem ligações diretas”.
Concluindo o empresário indica que: “O Brasil não tem olhado com a atenção necessária para o turismo porque tem muitas outras riquezas. Mas esta atividade poderia multiplicar as mais-valias das outras riquezas. Esperamos que este ano as coisas estabilizem no país”.