O mundo mudou, “a forma como vamos abrir as unidades hoteleiras em termos operacionais é muito diferente daquela que era quando as fechámos”. José Theotónio, CEO do Pestana Hotel Group, durante o debate “Turismo COVID-19: Preparar o Futuro”, promovido pela Deloitte, durante o dia de hoje, revelou que dos 100 hotéis que o grupo Pestana tem, 97 estão encerrados; dos que estão abertos, dois são unidades residenciais, o terceiro é a unidade hoteleira de São Tomé que está contratada para a contenção da pandemia Covid-19. Considera ainda o responsável que “nem toda a hotelaria vai conseguir abrir” e as unidades que abrirem portas terão que operar transformações profundas. “Alterações que os hoteleiros vão fazer pelos clientes e pelos colaboradores”, sublinha. José Theotónio acredita que o que se vai assistir nos próximos meses é uma “reabertura gradual e não total” do parque hoteleiro nacional.
Outra das chamadas de atenção do CEO do Grupo Pestana é que os “custos (de operação) serão acrescidos” para “um mercado restrito, um mercado nacional, que terá menos poder de compra”. Vai levar tempo “para se recuperar a energia que o turismo tinha e que potenciava todas as outras atividades económicas”. Para José Theotónio, para o processo se inverter é necessário parcerias com o setor do transporte aéreo, para se atingirem taxas de ocupação que tornem novamente o turismo uma indústria lucrativa.
Relativamente ao ano em curso, o responsável é claro: o objetivo é lutar para não se ter prejuízos e esse “será o melhor cenário”. Para isso tem que se “trabalhar muito com quem trabalha os fluxos turísticos”.